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Descanso para pé esquerdo
Por Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
10/08/2011 | 07:00
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Frutos de montadoras francesas, um surgiu em território brasileiro no início deste século - quando atendia pelo nome 206 - e até hoje faz sucesso por aqui. O outro chegou mais tarde, no final de 2007 e, com uma proposta mais interessante do que o (então) único hatch oferecido pela marca, acabou caindo no gosto do público.

Exatamente, estamos falando de Peugeot 207 e Renault Sandero. Este último vendeu quase o dobro do rival - só no último mês foram 41.071 unidades emplacadas, conforme apontam os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Embora esteja praticamente na pré-adolescência, o 207 não seguiu os passos do homônimo europeu e continua sem grandes mudanças - principalmente na traseira que, diga-se de passagem, mereceria atenção maior.

Neste quesito, o Sandero é mais ligado. Sabendo que o público brasileiro aprecia uma pitada de novidade, recentemente a Renault tratou de agregar mudanças na estética do modelo.

Não contente com isso, a marca quis mexer também na mecânica do hatch produzido em São José dos Pinhais (PR) e adaptou o câmbio automático de quatro velocidades ao motor 1.6 16V de até 112 cv, o mesmo usado na versão pseudoaventureira Stepway.

Para bater de frente com ele, avaliamos a versão topo de linha do 207 - XS, com motor 1.6 16V de até 113 cv.

No desempenho o Peugeot, literalmente, sai na frente. É mais esperto em arrancadas e ultrapassagens.

Ponto também para o câmbio do 207, que é mais agradável, com trocas mais bem acertadas e a empunhadura da alavanca melhor (isso privilegia as trocas sequenciais, agradando quem prefere um toque de esportividade).

No Sandero, além dos solavancos, as trocas são acompanhadas por um grito do motor (que leva o giro lá para cima) antes de engatar a próxima marcha. E não adianta mudar a posição para o modo sequencial. Mesmo que você aumente a marcha, a vontade do sistema continua prevalecendo e a redução é imediata.

Apesar do incômodo durante as trocas, o Sandero leva vantagem na filtragem das imperfeições do solo. Não é extremamente confortável, mas ganha do 207.

Como diz o ditado popular, "o que seria do verde se todos gostassem do azul". Pois é, mesmo com propostas bastante parecidas, há quem prefira o olhar penetrante do 207, outros prezam o amplo espaço do Sandero. Nele, o entre-eixos de 2,54 metros e os 320 litros do porta-malas levam vantagem sobre o modelo fluminense - com 2,44 metros e 245 litros, respectivamente.

Mas apesar de menos espaçoso o 207 tem habitáculo mais requintado.

O Sandero contra-ataca com a ergonomia melhor e visualização mais limpa no painel de instrumentos.

Itens de segurança como freios ABS e duplo air bag são opcionais no Sandero, elevando seu preço para R$ 46,4 mil. Mesmo assim, ele sai mais barato que o 207 (R$ 48.590), que não tem opcionais.

 

VEREDICTO

O Sandero vence por ter mais espaço interno e melhor custo-benefício. Mas se a ideia é ter mais desempenho e minimizar a chatice da troca de marchas, a mecânica do 207 corresponde melhor.




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