O preço dos seguros dos automóveis é calculado levando-se em conta vários critérios. Idade, sexo e estado civil do motorista, além da instalação de equipamentos de segurança, são alguns deles. Mas o mais importante é o índice de furtos e roubos da localidade onde reside o condutor.

As seguradoras nunca esconderam que esse é o fator primordial para determinar o valor do serviço. Estão calçadas no grande número de ocorrências desse tipo, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde as estatísticas são alarmantes. Se esse é o argumento das empresas, no Grande ABC terão de arrumar outra justificativa para aplicarem preços tão altos.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, no primeiro trimestre deste ano houve, na região, queda de 27,7% nos roubos de carros, em relação ao mesmo período do ano passado. Já os furtos caíram 15,9%. Diante da revisão mensal no preço dos seguros feita pelas companhias em decorrência desses crimes, a tendência seria diminuir o valor cobrado. Ledo engano. Os custos aumentaram em média 33,4% de fevereiro do ano passado para cá.

Dentre as alegações das empresas está a elevação da cotação do dólar, que teria influenciado no reajuste – a moeda norte-americana variou 35% em um ano –, pois as peças usadas nos consertos dos veículos são importadas. Mais uma desculpa insossa, de um mercado que se mostra cada vez mais avarento. Sabe-se que a maior parte dos automóveis que circulam pelas ruas do País é formada por modelos populares – e no Grande ABC não é diferente – que são fabricados no Brasil, com matéria-prima tupiniquim.

O comércio de seguros, assim como outros nichos da economia e, por que não, o próprio governo com seus impostos cada dia mais elevados, põe a conta para o cidadão pagar. Até quando os motoristas, em especial os das sete cidades, vão ser penalizados por tamanha desconformidade?