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Assessor deixa Orlando
declara apoio a Marinho
Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
24/05/2011 | 07:09
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O ex-vereador de São Bernardo Laurentino Hilário pediu ontem exoneração da assessoria parlamentar que prestava ao deputado estadual Orlando Morando (PSDB) e desfiliação do PSDB para ingressar no grupo do principal adversário tucano, o do prefeito Luiz Marinho (PT).

Laurentino negou qualquer atrito pessoal com Orlando. Alegou ausência de projeto político coletivo e divisão interna, o que dificultava planejamento e execução de evolução política pessoal. Ele estava há 16 anos na oposição ao PT - era petista, mas em 1995 foi para o PSB, depois PPS e desde 2000 estava no PSDB.

"Já vinha descontente desde janeiro. Mas posterguei a decisão (de sair). Sou homem público, político, gosto de fazer as coisas com projeto para a cidade. Nesse momento não tinha nada que me incluísse, tanto política como eleitoralmente", disse o ex-parlamentar por seis mandatos.

Ele foi ponderado ao comentar sobre a divisão interna no PSDB, entre Orlando Morando e o deputado federal William Dib (PSDB-SP), para definição do candidato a prefeito no ano que vem e para a coordenação do grupo de oposição à candidatura de reeleição de Marinho. "Existe isso, todos sabem, mas não vou ficar detalhando. É um processo que existem vaidades. O que está acontecendo é maléfico. Não tenho nada pessoal contra ninguém, mas tenho divergências sobre os encaminhamentos políticos. Sei que fizemos muitas coisas boas juntos, mas agora é outro momento."

Por enquanto, Laurentino ficará sem partido, apesar de convites do PDT e outras agremiações. Também não terá cargo no governo petista. Continuará com seu trabalho de representação comercial. "Tenho de esperar a reforma política e a partir disso avaliar um projeto eleitoral que me satisfaça. Temos até o dia 30 de setembro para definir uma legenda."

A saída do ex-vereador do grupo tucano para apoiar Marinho teve o dedo do secretário de Governo, Maurício Soares (PT), que é padrinho de casamento de Laurentino. O mais novo aliado foi titular da Pasta de Obras na primeira gestão de Maurício à frente do Paço (1989 a 1992). "Nos conhecemos em 1974, quando me sindicalizei (na entidade que representa os metalúrgicos). Temos uma história juntos", frisou Laurentino. "Ele estava do outro lado, mas nunca mirou em mim", salientou Maurício, que deixou o grupo de Dib e Orlando em 2008 para apoiar Marinho.

O ex-parlamentar observou que sai sozinho do ninho tucano, mas há outras pessoas insatisfeitas. "Nossos apoiadores, lideranças que nos ajudam, continuam comigo. Temos de conversar com eles para saber o futuro", ressaltou Laurentino, com penetração nos bairros Ferrazópolis e Silvina. "É a mesma região da deputada Ana do Carmo. Mas ele entra sem restrição alguma", explicou Maurício.

Sucinto, Orlando contemporizou a perda. "Não traz grandes prejuízos. Lamento porque ele toma o caminho contrário dos anseios da cidade."

 

MONTEMOR

Outro que está de malas prontas para o grupo governista é o ex-deputado federal Edinho Montemor, hoje no bloco independente do deputado estadual Alex Manente (PPS). Ele ainda está no PPS, mas nos bastidores já articula os rumos do PDT em São Bernardo. "Até o fim desta semana definimos nosso futuro", esquivou-se.

 

Maurício Soares já fala em vitória no primeiro turno

 

Com o ingresso de novos aliados e a perspectiva de outros ainda aderirem ao grupo petista até o início das campanhas eleitorais em julho do ano que vem - como o PSB, por exemplo -, o secretário de Governo Maurício Soares já fala em vencer o pleito no primeiro turno.

"É possível ganhar no primeiro turno", avaliou. A análise, porém, não leva em consideração apenas a composição com os aliados políticos. O que está em jogo também é o status do governo, independente do fortalecimento do grupo governista e do suposto enfraquecimento da oposição. "Agora as obras e programas começam a aparecer com mais ênfase. Marinho está num bom caminho."

Maurício ressaltou ainda que não será fácil conquistar a reeleição na primeira etapa do pleito. "O adversário é experiente, tem apoio do governo do Estado. Mas nós também temos ícones, como o ex-presidente Lula", enfatizou o articulador da administração petista.

Sobre a possível adesão do PSB à administração - dois dos cinco vereadores socialistas na Câmara são independentes e três estavam na oposição, mas votaram algumas vezes com a base de sustentação -, Maurício avaliou que "é briga de cachorro grande", que não vai se envolver. "Isso fica para o Marinho", observou, indicando que a decisão será tomada em conversa com a executiva estadual socialista.




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