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Mensurar impacto exige amplo estudo
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12/06/2008 | 07:03
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Economistas especializados informaram que não é possível identificar se o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) teve ou não impacto sobre a inflação sem pesquisa econométrica profunda e específica.

Também acham difícil identificar a eventual influência de sua possível recriação, com o nome de CSS (Contribuição Social para a Saúde), nos preços.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito que não viu redução de preços depois que o Congresso derrubou o tributo. "A olho nu não daria para perceber mesmo", disse o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros.

Segundo os especialistas, isso não significa que o término da CPMF, que tinha alíquota de 0,38% incidente sobre cada operação financeira, não tenha ajudado a suavizar a alta de inflação neste ano, e que a criação da CSS, com alíquota menor, não vá influir para o aumento dos preços.

"Pode ter havido alguma influência de redução de preços pela CPMF, que foi completamente encoberta por um movimento forte de alta de preços", afirmou.

Para o consultor Ricardo Braule, integrante do Conselho Consultivo do Sistema de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), impostos sobre produtos, em princípio, impactam custos, e por isso mesmo podem ter uma influência sobre preços ao consumidor.

"Quanto mais etapas de produção, maiores eram os custos da CPMF, mas não dá para saber se houve impacto ou não do fim do imposto para o consumidor a não ser que seja feito um estudo específico sobre esse tema", disse Braule.

O economista da FGV André Braz, um dos responsáveis pelos Índices de Preço ao Consumidor da Fundação, afirma que pela coleta de preços finais no varejo não é possível dizer se as empresas repassaram ou não o fim do custo que tinham com a CPMF para os preços. "Não tenho base para dizer", declarou Braz.




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