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Apenas 18% das multas de trânsito são anuladas
Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
31/10/2010 | 07:10
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Dos 15.749 motoristas que solicitaram recursos para multas de trânsito neste ano na região, apenas 2.818 obtiveram sucesso. Isso representa taxa de 18% de aprovações. Quem julga são as Jaris (Juntas Administrativas de Recursos de Infrações), ligadas às prefeituras.

Ao todo, foram aplicadas 447.311 penalidades neste ano em Santo André, São Bernardo e São Caetano. Em Diadema, foram registradas 78.815 multas, mas a administração não informou a quantidade de recursos solicitados. Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não informaram quantas multas foram aplicadas.

Segundo a presidente da primeira Jari de São Bernardo, Tânia Cardoso Furtado, o baixo número se deve à falta de provas concretas. A presidente, que é advogada, informa que grande parte dos deferimentos se dá em casos de crimes, como assaltos, perseguições e clonagens. No entanto, é necessário anexar uma cópia do boletim de ocorrência.

Mesmo em casos em que a infração é cometida por medo de assalto, é fundamental que o motorista procure provas. “Se a pessoa não prova não tem como deferir. Como vou acreditar que o fato aconteceu naquela data?”

Em casos de perseguições ou da presença ameaçadora de indivíduos em semáforos, ela orienta que o condutor procure a polícia e registre a ocorrência. “Mas isso tem de ser feito no dia do fato. Não adianta ir à delegacia depois que chegou a multa”, orienta.

RECURSOS SOLICITADOS
O total de recursos solicitados nas três cidades citadas (15.749) representa apenas 3,5% do total de multas aplicadas. A presidente não atribui o baixo número a desconhecimento ou falta de crença na junta. “É mais um fator moral. A pessoa sabe que cometeu a infração.”

MULTA ‘INJUSTA’
O protético Marcelo Ribeiro, 44, tem como hobby restaurar motos clássicas para exibi-las em encontros de motociclistas. Em maio, comprou uma moto fabricada em 1975. Desde então, afirma, o veículo ficou desmontado e não circulou. No entanto, o restaurador foi autuado porque teria trafegado em uma calçada da praça Allan Kardec, em Santo André. A infração teria ocorrido em agosto. Ribeiro recorreu, mas teve o recurso indeferido. “Fui injustiçado. Acho que as autoridades, devem avaliar com mais atenção”, afirma.




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