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Programa ensina línguas a estudantes da rede pública
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
18/05/2003 | 18:58
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Há 15 anos a Secretaria Estadual de Educação e Cultura de São Paulo oferece um serviço que, apesar do longo período de existência, ainda é pouco conhecido pela comunidade. Os estudantes matriculados na rede pública de ensino têm a oportunidade de aprender alemão, espanhol, francês e até japonês, gratuitamente, em unidades dos chamados CEL (Centro de Estudos de Línguas). No Grande ABC, 3 mil estudantes participam do programa.

Na região, três escolas estaduais participam do projeto: EE Professor Amadeu Olivério, em São Bernardo (r. Itaúna, 66, Rudge Ramos, tel.: 4368-6824), com aulas de espanhol e alemão; EE Dona Idalina Macedo Sodré, em São Caetano (r. Conselheiro Lafayete, 619, bairro Barcelona, tel.: 4229-4506), com aulas de espanhol, francês e italiano; e EE Amaral Wagner, em Santo André (r. dos Aliados, 323, Vila São Pedro. Tel.: 4996-5825), com aulas de espanhol e francês.

Os cursos são semestrais e têm duração de três anos. Em geral, vagas para novas turmas são preenchidas em janeiro e julho, mas cada instituição tem liberdade para estabelecer seu próprio cronograma. “Aqui no CEL da Amadeu Olivério nós distribuímos senhas no dia das inscrições para todos os interessados. O processo é democrático e os primeiros a chegar conseguem uma vaga”, afirmou Sônia Lage, coordenadora da unidade São Bernardo.

Hoje, mais de mil alunos são atendidos neste centro de línguas mantido na escola Amadeu Olivério. Ao caminhar pelos corredores do colégio, é fácil perceber a preferência dos alunos pelo espanhol. Das dez turmas que a unidade mantém, nove são de espanhol e apenas uma é de alemão.

“É um idioma difícil, por isso acredito que a procura seja baixa. Mas aqui na região, principalmente em São Bernardo, há muitas multinacionais de origem alemã e saber falar este idioma conta muito na hora de buscar um emprego”, disse a coordenadora. A prova disso é uma lista afixada no mural da escola com o nome de alguns ex-alunos que já conseguiram uma vaga nestas empresas.

O estudante da 8ªsérie do ensino fundamental Bruno Fernandes Dantas, 14 anos, seguiu o caminho optado pela maioria e se matriculou no curso de espanhol. “Sou aluno de escola pública e não tenho dinheiro para pagar um curso particular. No futuro, pretendo estudar mecatrônica e preciso ter condições de buscar o conhecimento onde quer que ele esteja. Nessas horas, falar outra língua pode me ajudar bastante”, disse.

Para Sônia Lage, esta consciência é fundamental para manter a qualidade de ensino do CEL. “O aluno que participa do projeto tem de estar com vontade de se desenvolver tanto pessoal quanto profissionalmente. Os cursos são dados em um horário que, geralmente, eles teriam para descansar. Quem não está a fim, logo desiste”, afirmou.

A ex-aluna do CEL Renata Accioly Ruiz é um exemplo de que esse ‘esforço’ pode ser recompensado no futuro. Aos 15 anos, ela ingressou no curso de italiano do CEL. Aos 18, se formou e, na seqüência, se matriculou no curso de espanhol do próprio centro de línguas. “Hoje sou professora de espanhol no CEL da Amadeu Olivério e em uma escola particular de idiomas, também em São Bernardo”, disse.




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