Paulo Negueba, como é conhecido, dirigia-se para um show em Queimados. Na troca de tiros, um traficante morreu e outras duas pessoas ficaram feridas. A governadora do Rio, Benedita da Silva, exonerou o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), responsável pela ação na favela.

Negueba foi atingido por três tiros – nas costas, no pé direito e na coxa esquerda. Ele passou por cirurgia no hospital Getúlio Vargas à tarde foi transferido para o Hospital Copa D'Or, onde permanece em observação. O músico não corre risco de morte.

É a segunda vez que um integrante do grupo é vítima da violência no Rio. Em 2000, o baterista Marcelo Yuka foi baleado na coluna durante um assalto na Tijuca e ficou paraplégico.

Yuka disse, em entrevista ao telejornal RJTV, neste sábado, que Negueba foi baleado quando tentava sair do carro para se defender. “Ele contou que tomou o tiro no pé quando tentava dizer que não era bandido”, relatou o músico.

Segundo uma amiga que acompanhava o percussionista no momento do tiroteio, um carro parou perto do veículo em que estavam e abriu fogo. “Estávamos esperando uns amigos, quando um carro blindado parou ao nosso lado e começou a atirar. Foram uns 40 ou 50 tiros. Eu e o Paulo nos abaixamos até que os tiros parassem. Ele tentou se movimentar para sairmos com o carro, mas foi atingido”, disse a testemunha, que preferiu não se identificar. Ela contou ainda que não identificou os autores dos disparos.

A Polícia Militar confirmou que houve troca de tiros entre policiais e traficantes na favela. Em nota oficial, afirmou que o Bope foi acionado para Vigário Geral após receber uma denúncia anônima de que traficantes teriam planos de ataque contra policiais para vingar a morte de Boizinho e Cuco, integrantes do bando de Elias Maluco mortos na quinta-feira pela polícia na mesma favela.

Para o delegado Daniel Goulart, da delegacia de Brás de Pina, o músico foi vítima de uma fatalidade. Segundo ele, os policiais militares disseram em depoimento que foram recebidos por cerca de 30 traficantes armados com fuzis e tiveram que atirar.

Um traficante identificado apenas como Joel morreu no hospital Getúlio Vargas. Foram apreendidos com ele um fuzil e um carregador quase vazio. Foram feridos Rogério Rodrigues dos Santos, 18 anos, que portava cápsulas de fuzil, e Élcio Pereira do Nascimento, 41, que passava pelo local e foi baleado.