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Petrônio Gontijo: um vilão digno de cinema
Mariana Trigo
da TV Press
28/07/2008 | 07:00
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Divulgação


Petrônio Gontijo sempre se interessou por heróis de ficção científica e histórias em quadrinhos sombrias. Mas jamais imaginou que um dia fosse interpretar um policial sanguinário que mescla referências de personagens de filmes do gênero noir com o estilo futurista de Matrix.

O ambicioso Fredo, chefe de operações do Depecom de Os Mutantes é o terceiro vilão da carreira do mineiro nascido em Varginha, há 40 anos. Essas cenas são novidade para o ator. Em 17 anos de carreira na TV, desde que estreou como o protagonista de Salomé, na Globo, Petrônio nunca havia interpretado um personagem que vivesse cenas de ação. "Há muita adrenalina nas gravações com metralhadora na mão, com metade do corpo para fora do carro. Isso tem me dado outra atitude como ator", empolga-se.

Além de distribuir fotos do longa Sin City pelo flat onde mora, no Recreio, na Zona Oeste carioca, Petrônio tem escutado incessantemente os acordes modernos e dissonantes do compositor russo Sergei Prokofiev para rechear o personagem de informações visuais e sonoras. "Ele é conturbado como o Fredo. Justamente para esse personagem que é o mais rock´n' roll da minha carreira, fui escutar um clássico para entendê-lo", diz o ator, que sempre costuma compor personagens inspirados em canções. "Sempre ‘linko' o papel com músicas dos Beatles, Led Zeppelin ou alguma banda inglesa", enumera.

Apesar de falante, Petrônio não consegue disfarçar uma típica desconfiança enquanto conversa. Mas consegue se desprender da timidez ao contestar as atitudes de Fredo. Na pele do vilão, que é a favor do extermínio de todos os mutantes, inclusive os do "bem", Petrônio chega a se revoltar com as atitudes de Fredo. "É como aquelas pessoas que acham que bandido bom é bandido morto. Esse personagem traz à tona essa discussão", acredita.

No entanto, o que mais tem fascinado o ator na história de Tiago Santiago é o cuidado que a direção da novela tem tido com as seqüências de efeitos especiais. Apesar da incontestável semelhança da trama com obras trash, Petrônio ressalta que, em seu primeiro dia de gravações, passou nove horas gravando apenas três cenas. "O diretor parou o estúdio e dedicou três horas para cada cena. Cuidado assim só se vê em cinema", elogia.

A empolgação do ator se justifica ao lembrar que Petrônio conheceu o esquema de produção da Record em 2000, quando atuou em Vidas Cruzadas como Zé Carlos. Naquela época, a emissora ainda não se dedicava com afinco à teledramaturgia. "Hoje, saio dos estúdios e vejo que a Record parece Brasília. É praticamente uma cidade em construção", exagera Petrônio, que virou uma espécie de facínora da ficção científica para o público infantil. "Saio nas ruas e tem criança que pinta duas bolas no pescoço como se fossem mordidas, se joga no chão e grita: ‘me mata porque sou um mutante!'", diverte-se.

Com contrato até 2011 na Record, Petrônio se anima em ter dado um tempo nos mocinhos que marcaram sua carreira, como Tom, o advogado paternal de Luz do Sol, ou o Torquato em Essas Mulheres, ambas na Record. Além de ter começado a viver vilões de perfis bem diferentes, o ator acredita que está em ótima forma física para dar cada vez mais fôlego às cenas de tiroteios e grande perseguições. Graças à corrida de 40 minutos que pratica em média três vezes por semana. "Só me toquei que estava preparado fisicamente para um personagem desses quando comecei a gravar e não perdi o pique nas cenas mais cansativas", orgulha-se.




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