A reconquista do mandato de Manoel Lopes (DEM) na Câmara de Mauá quase gerou novo processo no caso. A advogada do parlamentar, Karina Kufa, reclamou da postura do presidente da Casa, Paulo Suares (PT), e revelou que por pouco não ingressou com ação contra o petista, que somente anteontem devolveu o mandato ao democrata.

Segundo Karina, Suares constrangeu Manoel, principalmente por vetar sua participação na sessão de terça-feira. “O ofício chegou à Casa na terça-feira de manhã e o presidente não tomou ciência, o que impediu do vereador de trabalhar no mesmo dia. A Câmara foi muito afoita em dar posse à suplente (Wanessa Bomfim, PMDB) e não teve a mesma pressa quando conseguimos reverter a cassação”, contestou.

“Protocolamos no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) requerimento, cujo teor descreve desrespeito por parte da Casa pelo não cumprimento imediato da ação. Precisamos agir dessa forma, porque foi decisão judicial (a liminar concedida). No entanto, eles (Câmara) acataram no dia seguinte e não vamos tomar quaisquer providências”, alegou.

O democrata perdeu o mandato no dia 24, mesma data em que Wanessa Bomfim assumiu a cadeira. Mas ele reverteu a decisão judicial por meio de liminar, que suspendeu a cassação do diploma de parlamentar até que recursos contra a decisão da TRE-SP fossem julgados. Manoel festejou o fato de conseguir reconquistar sua cadeira, contudo, ressaltou estar ciente em eventual derrota no futuro.

Para Suares, não houve qualquer irregularidade na condução do caso.

“Agimos de acordo com o procedimento interno e no documento não tinha qualquer prazo estabelecido. O ofício chegou pela manhã e de imediato encaminhamos para a assessoria jurídica, porque tinha de haver o ato de revogação da vereadora suplente. No entanto, tudo isso foi prestes ao início da sessão. Tomamos a providência e resolvemos a situação em 24 horas. Esse não é um prazo bom?”