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PT X governo petista

O Banco do Brasil comprou metade do Banco Votorantim, pagando R$ 4,2 bilhões

Carlos Brickmann
11/01/2009 | 00:00
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O Banco do Brasil comprou metade do Banco Votorantim, pagando R$ 4,2 bilhões. E quem levanta suspeitas sobre a transação não é nenhum oposicionista: é o ex-ministro José Dirceu, um dos mais importantes líderes petistas. Dirceu diz que a compra foi "nada mais que uma ajuda ao grupo Votorantim". E acha que os problemas do Votorantim deveriam ser resolvidos pela iniciativa privada.

"Trata-se de uma história mal contada", diz Dirceu. "Por que nenhum banco privado se interessou pelo Votorantim? Os contribuintes, os eleitores e o PT deveriam ser os primeiros a questionar a operação, porque têm o direito de saber: que aconteceu ao Votorantim e a suas operações de derivativos; em suas relações com a Aracruz (do mesmo grupo); qual a real situação do banco e do grupo Votorantim (...) É bom que se diga, ainda, que o Votorantim tinha, em julho de 2008, uma carteira de financiamento de carros usados de R$ 17,9 bilhões, o que pode ser agora um problema e tanto".

A opinião completa está em www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=11&Itemid=37 (clicando nesse endereço imenso, entre direto no assunto).

Há dois tipos de crítica à compra do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil: esta, de que houve ajuda disfarçada do governo a uma empresa privada, e outra, a de que o Banco do Brasil está fazendo qualquer negócio, mesmo ruim, para recuperar o posto de maior banco do País. Mas o fato é que há uma briga feroz dentro do governo - uma briga que saiu dos palácios e acaba de chegar às ruas.

A AZIA DO PRESIDENTE
Então fica combinado assim: são os jornais que fazem mal ao fígado de Lula.

DANIEL DANTAS RESPONDE
Elizabel Benozatti, da Assessoria de Comunicação do Grupo Opportunity, de Daniel Dantas, responde à nota desta coluna sobre os ganhos obtidos com a venda da Brasil Telecom à Oi. Diz a nota do Opportunity:
"A coluna intitulada "O que dá pra rir e pra chorar" (7 de janeiro), afirma que ‘quem ganha com o negócio é a Oi, que se transforma em empresa de grande porte, com possibilidades de disputar o mercado internacional; ganha também o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, que recebe entre um e dois bilhões de reais e se livra de uma série de disputas judiciais'. "O Opportunity esclarece que não é correta a afirmação de que ‘ganha também o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, que recebe entre um e dois bilhões de reais e se livra de uma série de ações judiciais'.

"1) O preço final de venda das ações ficou abaixo de ofertas anteriores, que não foram concretizadas por razões políticas. Em janeiro de 2005, os fundos administrados pelo Opportunity ofereceram R$ 111,58 por ação pela aquisição da participação na BrT detida pelo Citigroup. Esta compra não foi finalizada porque o Citigroup já havia se comprometido secretamente a vender essa participação para os fundos por R$ 130,16. Tal acordo não foi honrado.

"Em 28 de abril de 2005, as ações dos fundos administrados pelo Opportunity foram vendidas à Telecom Itália por R$ 121,10. O processo foi bloqueado por iniciativa do Citigroup e dos fundos de pensão. A venda da participação na Brasil Telecom à Oi acabou sendo feita por R$ 78,14.

"2) Daniel Dantas não pretendia encerrar as ações judiciais que os fundos e o Citigroup tinham contra a Opportunity por ter certeza que essas ações não tinham um bom direito e só existiam como forma de forçar sua saída do setor de telecomunicações. Já suas ações contra o Citigroup, sim, eram sólidas e tinham um bom direito."

SERVIÇO SECRETO
Um assíduo leitor desta coluna precisou telefonar para a Delegacia Regional Tributária do Vale do Paraíba, em Taubaté, SP. Ligou então para o Serviço de Informações e ouviu o seguinte: "O assinante não autoriza a divulgação do número". O assinante, não esqueçamos, é um órgão público, cuja função é prestar serviços ao contribuinte. Como é que pode trabalhar se não divulga seu telefone?

A GUERRA DOS JUROS
Por falar em guerra interna, a orquestração montada pelo ministro Guido Mantega para forçar a queda dos juros (e, se possível, acompanhada da queda do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles), acaba de sofrer um baque: a tese de que os juros podem baixar porque não há risco de alta da inflação foi desmentida. O IPCA, um dos principais índices do País, subiu 5,9% em 2008. É a maior elevação dos preços nos últimos quatro anos.

DELEGACIA PARA QUÊ?
O caso de Marina Sanchez Garnero, de 23 anos, morta pelo ex-namorado Marcelo Barbosa, levanta uma dúvida inquietante: de que adianta recorrer à polícia? Marina registrou quatro denúncias de agressão contra o ex-namorado, e não adiantou nada: embora o rapaz já tivesse antecedentes criminais, nem interrogado foi. E ainda reclamam quando o cidadão não registra BO. Registrar para quê? 




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