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Conselheiros tutelares da região cobram mais prevenção à Covid

Trabalhadores reclamam, entre outros problemas, de falta de testagem

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
27/06/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Conselheiros tutelares de Santo André e Diadema acusam as administrações municipais de não realizarem o combate adequado à Covid-19 entre os trabalhadores deste setor. Os relatos são de pessoas que foram afastadas com sintomas, mas não realizaram teste, de conselheiros que confirmaram a doença e pediram testagem para a equipe, mas não foram atendidos, e de motoristas que voltaram ao trabalho sem fazer o exame para saber se ainda transmitem a doença. Os trabalhadores pediram para não ser identificados.

Em Santo André, o motorista de um dos conselhos da cidade teve Covid-19 e depois de 14 dias de afastamento retornou ao trabalho. Os conselheiros apontaram a necessidade de realizar exame sorológico para identificar se ainda está transmitindo a doença. “Andei com este profissional e atendo famílias vulneráveis. Como vamos saber se ele não pode contaminar outra pessoa”, questionou uma conselheira. “Se fosse o motorista do prefeito, ia voltar sem fazer teste?”

Em Diadema, uma conselheira foi diagnosticada com a doença e afastada, mas o restante da equipe não foi submetida a testes, conforme solicitação dos trabalhadores. Diadema conta com três conselhos e houve caso em que mais da metade dos funcionários foi afastada, mas nenhum deles foi submetido a testes.

Conselheiros alegam que por estarem em tipo de atividade essencial, a testagem é importante não só do ponto de vista da saúde, como para o bem-estar emocional. “A pandemia veio agravar as condições de trabalho na cidade, que já estavam ruins. Especialmente na saúde, a gente vê que as pessoas trabalham realmente porque têm amor à profissão. Posso dizer que nunca foi perfeito, mas ruim do jeito que está agora, não era”, reclamou conselheira de Diadema.

Outro trabalhador destacou que a atividade no conselho diademense, que era em regime de plantão do fim de março até 27 de abril voltou a ser presencial. Agora os conselheiros se deslocam diariamente às sedes. Na avaliação deles, se expondo ao risco de contaminação, já que o número de casos é crescente.

Em nota, a Prefeitura de Santo André informou que, de acordo com protocolos seguidos pelo Ministério da Saúde, os casos suspeitos e confirmados de Covid-19, após avaliação médica, cumprem 14 dias de isolamento e os pacientes assintomáticos retornam as atividades.

Também por meio de nota, a Prefeitura de Diadema informou que a Sasc (Secretaria de Assistência Social) e Cidadania disponibilizou álcool gel com dispenser, materiais de limpeza e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para todos conselhos. “Além disso, a Sasc instalou barreiras acrílicas de proteção, realizou demarcação de segurança nas longarinas, cadeiras e recepção e está disponibilizando máscaras de tecido para a população que adentra ao equipamento”, relatou a nota. A Prefeitura ressaltou que em 10 de junho realizou desinfecção dos conselhos tutelares.

Em relação à testagem, a administração explicou que segue protocolos do Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Estado. “A não realização de teste indica que, naquele momento, não havia protocolo que justificasse a testagem”. Com relação ao retorno dos conselheiros às sedes, a Prefeitura afirmou que, desde março, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente vem emitindo orientações no sentido de resguardar os conselheiros tutelares para que, neste período de pandemia, possam desempenhar sua função de relevância pública, sempre com vistas a preservar os profissionais e a população atendida. 




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