Marcos; Wendel, Gustavo, Danilo e Armero; Pierre, Sandro Silva, Cleiton Xavier e Diego Souza; Marquinhos e Lenny. Do atual elenco do Palmeiras hoje, este poderia ser o titular. Mas apenas um destes atletas pertence exclusivamente ao clube: o goleiro Marcos. Todos os outros chegaram ao Palestra Itália por empréstimo ou, principalmente, graças a parceiros.

Há meses que a oposição do clube reclama da alta dívida palmeirense e que não dá pra gerar receita sem a venda de jogadores. E como negociar atletas se quase todos eles não têm o passe atrelado ao clube? "A receita em 2009 vai diminuir porque não tem ninguém para ser vendido", reclamou o conselheiro Piraci Oliveira. "Vejo um panorama complicado".

A diretoria se defende e diz não ver problema nas parcerias. "Você pega um clube grande e sem capital, mas precisa conquistar títulos. Tem de conseguir parceiros para economizar", disse Toninho Cecílio, gerente de Futebol. "Mas, com o passar do tempo, isso vai diminuindo, vamos equilibrando o caixa até gerar lucros. Claro que o ideal é sempre ter os 100% dos jogadores, mas isso está longe de qualquer clube".

A grande aliada do Palmeiras é a Traffic, fundo de investimentos que colocou na Academia dez jogadores e ainda divide os direitos de outros dois com o clube. Há também parceria com a Turbo Sport, que recentemente levou o colombiano Pablo Armero.

A oposição afirma que a dívida palmeirense até novembro chegou a R$ 79,527 milhões. Só o departamento de futebol gastou R$ 7,148 milhões no mês retrasado (dados do último balancete), gerando uma dívida de R$ 1,479 milhão. Sem dinheiro para contratações, a entrada de parceiros é fundamental. "O que eles (da oposição) conseguiram quando estavam no comando? Caíram para a Série B", afirmou Toninho.