Apesar de o Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica), autarquia do governo do Estado de São Paulo, alegar que foram investidos R$ 45 milhões na limpeza nos piscinões do Grande ABC, os reservatórios da região apresentam problemas às vésperas do período de chuvas.

A autarquia estadual argumentou que retirou 143,9 mil metros cúbicos de sujeira e sedimentos dos reservatórios e capinou cerca de 391 mil metros quadrados de 18 dos 19 piscinões (exceção ao da Praça dos Bombeiros, em São Bernardo). Porém, a equipe do Diário percorrreu alguns deles e constatou que a situação é diferente da informada pelo departamento estadual.

Nos reservatórios de Capuava, em Mauá, e Grã-Bretanha, em Santo André, o mato alto e sujeira tomam conta de todo solo dos equipamentos, o que pode dificultar o escoamento de água.

Em fevereiro, técnicos do Consórcio Intermunicipal participaram de reunião com o superintendente do Daee, Heitor Brandão, que apresentou relatório de situação dos piscinões do Grande ABC. A intenção era a de indicar a limpeza dos piscinões de forma escalonada, iniciando pelos de pior situação de manutenção. 

No dia 16 de abril, o Consórcio recebeu notificação da autarquia estadual com a informação de que o cronograma de limpeza dos equipamentos seria revisado devido às fortes chuvas que atingiram a região em março e que realizaria limpeza entre abril e maio. As cheias deste ano fizeram dez vítimas fatais.

Ontem, técnicos do Daee estiverma no Consórcio, mas não detalharam as medidas adotadas para manutenção dos piscinões da região. A pauta foi a explanação sobre o reservatório Jaboticabal, que será construído na divisa de São Bernardo, São Caetano e São Paulo.

Por nota, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) afirmou que possui cronograma ao longo de todo ano para efetuar limpeza dos córregos, rios e piscinões municipais, mas não precisou valores despendidos com o serviço. O Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) informou que investiu, desde 2015, cerca de R$ 14,7 milhões na área de drenagem urbana.

Mauá e Diadema declararam que é o Daee que se encarrega de realizar manutenção dos reservatório nas cidades. 

Intervenções do Jaboticabal devem começar em janeiro, prevê Daee

O governo do Estado de São Paulo tem expectativa de iniciar as obras do Piscinão Jaboticabal, que atenderia a cidades do Grande ABC, em janeiro. Ontem, técnicos do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica) apresentaram o projeto e cronograma para os prefeitos da região no Consórcio Intermunicipal.

Segundo o corpo técnico da autarquia estadual, a proposta do reservatório está “praticamente terminada” e toda a obra deverá ser realizada dentro de 18 meses após início da construção. O Piscinão Jaboticabal foi anunciado pelo governador após as enchentes que assolaram o Grande ABC no começo deste ano, deixando dez mortos.

“Sobre o cronograma, o que posso dizer é que serão 18 meses de prazo para construir o reservatório. Estamos tentando viabilizar o início das obras o mais rápido possível. Já há comunicação com a superintendência (do Daee) para que nossa meta de poder cumprir, que é janeiro do próximo ano”, afirmou o responsável pelo gerenciamento de projetos do Daee Celso Minoru Aoki.

O Daee alegou que ainda faltam alguns trâmites do processo, como a parte de desapropriação do terreno onde ficará o Piscinão Jaboticabal e a conclusão do contrato do financiamento – o Estado busca empréstimo R$ 300 milhões junto à Caixa. O terreno do reservatório fica na divisa de São Bernardo, São Caetano e a Capital. A área abrange 166,9 mil metros quadrados.