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CUT negocia pauta com Grupo 9 nesta quarta
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
05/10/2004 | 09:55
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Depois de quase duas semanas de paralisações, os metalúrgicos da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de São Paulo começarão a negociar com o Grupo 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros), em reunião que acontece nesta quarta. Nesta terça, é a vez da Força Sindical negociar com o grupo patronal.

As duas centrais possuem pautas trabalhistas distintas. Enquanto a CUT espera o reajuste de 9,57% e a mudança de data-base de novembro para setembro, a Força pede 15% e não quer mudar sua data-base, também em novembro. A criação de um instrumento para limitar as horas extras, no entanto, é ponto comum entre as centrais.

A CUT chegou a mobilizar no Grande ABC cerca de dois mil trabalhadores em um mesmo dia, segundo estimativas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em paralisações temporárias, atos e greves por tempo indeterminado.

A central, que reúne na mesma campanha trabalhadores dos grupos 9 e 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros), fechou 51 acordos diretamente com as empresas, o que garante o reajuste salarial pedido e o apoio à mudança da data-base. Os dois grupos reúnem cerca de 30 mil trabalhadores na região.

Até a reunião desta quarta, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC, José Lopez Feijóo, os trabalhadores podem realizar manifestações em indústrias do Grupo 9 na região. "Estamos preparando atos para pressionar o sindicato patronal nas negociações e encerrar de vez a campanha trabalhista deste ano para o setor", afirmou.

A Força ainda não realizou atos em empresas, mas não descarta paralisações como forma de pressionar os sindicatos patronais. "Se não conseguirmos resultados positivos, ou uma proposta convincente do Grupo 9, iremos nos mobilizar e paralisar empresas no ABC", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano (filiado à Força), Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

Existem cerca de 30 mil trabalhadores dos grupos 9, 10, Fundição e autopeças da Força Sindical no Grande ABC. A pauta de reivindicações para os quatro grupos é unificada.

Petroleiros - A FUP (Federação Única dos Petroleiros) se reúne nesta terça com a Petrobras para discutir uma nova proposta de reajuste salarial. A empresa ofereceu 7,8%, e os petroleiros querem 13,2%.

Nesta segunda, aconteceram paralisações previstas pela greve pipoca da categoria (interrupção do trabalho por 24 horas em locais diferentes sem prévio aviso), em Barueri (SP), Duque de Caxias (RJ) e no Estado do Pará. A Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, e a Transpetro, em São Caetano, não foram atingidas, mas podem entrar na programação de greve nos próximos dias.

O coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo, João Antônio de Moraes, que também é diretor da FUP, afirmou que a categoria poderá entrar em greve por tempo indeterminado se a Petrobras não apresentar uma boa proposta.

"A empresa afirmou que fará uma contraproposta, mas não falou nada sobre valores. Se oferecer algo digno de avaliação, passaremos para votação em assembléias. Caso contrário, manteremos a greve até o fim da semana e organizaremos paralisações maiores, possivelmente sem prazo para terminar", afirmou.




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