Esportes Titulo Série A-2
Nova fase de Luciano
Dias no São Bernardo

Luciano Dias sabe que a segunda fase é outro torneio, mas
continua escrevendo, e bem, a história em busca do acesso

Thiago Postigo Silva
Do Diário do Grande ABC
07/04/2012 | 07:00
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Quem assistiu ao São Bernardo no início da Série A-2 do Paulista não acreditaria que o time hoje estrearia na segunda fase da competição, contra o Noroeste, em Bauru, às 19h (com Rede Vida). Diversas variantes ocorreram na equipe, que perdeu cinco jogos seguidos, se recuperou e terminou a primeira etapa em segundo lugar. A principal delas, porém, foi a contratação do técnico Luciano Dias, que entrou no lugar de Luís Carlos Martins.

Com mudança de pensamento, ele deixou o time mais leve em campo, aboliu o esquema com três zagueiros - costumeiro desde o ano passado - e trouxe de volta o sorriso à torcida.

Claro que Luciano Dias sabe que a segunda fase é outro torneio, mas por enquanto continua escrevendo, e bem, a história em busca do acesso, paralisada em 2010, quando deixou o clube após início ruim na mesma A-2.

DIÁRIO - Quando você recebeu o convite da diretoria, ficou na dúvida em aceitar devido à má situação da equipe?

LUCIANO DIAS - Não tive dúvida. Sabia que a situação era complicada, mas conhecia boa parte do elenco e a estrutura do clube. Mas o primeiro pensamento não foi em classificação e sim voltar a vencer. Sabia que a equipe que o São Bernardo tinha não era para brigar contra o rebaixamento.

DIÁRIO - Quando chegou, o que você viu que seria a primeira coisa a ser modificada?

LD - Primeiro conversei com a diretoria e a comissão técnica. Depois analisei os DVDs dos jogos para verificar o elenco. Então, comecei dentro do grupo a buscar uma formação que seria ideal para a equipe.

DIÁRIO - Em pouco tempo (um jogo), você teve a coragem de mudar o esquema tático, em uma equipe acostumada a jogar com três zagueiros ou três volantes. Como você percebeu que dava para o time jogar assim?

LD - Não jogo com três zagueiros. Nunca iniciei um plantel para atuar com três zagueiros e naquele momento tinha de fazer algo diferente. Tem que correr o risco. Mostrei aos jogadores que esse era o caminho que iríamos seguir. Mas claro que somente temos condições de vencer com o comprometimento da marcação de todos.

DIÁRIO - Você acredita que há possibilidade de as equipes não atuarem tão defensivas como vêm acontecendo ultimamente?

LD - As pessoas rotulam muito estas coisas. Uma equipe com três volantes não significa que está defensiva. Depende das características dos jogadores. Como é possível jogar com três meias e serem defensivas. Depende muito.

DIÁRIO - Coincidentemente ou não, as vitórias também começaram a aparecer depois do trabalho do psicólogo Celso Stumpo e que três pastores rezaram pelo time. Acredita que ambas as situações influenciam no trabalho?

LD - No meu ponto de vista, o grupo em primeiro lugar tem de estar comprometido, acatar o que quero fazer e executar. Além de estar disposto e acreditar no que nós queremos. Isso é fundamental. Depois vêm as demais coisas. Sou um cara muito aberto a todas as situações e gosto de trabalhar com toda a comissão. Se for ajudar (a religião), por que não? Também acho que precisamos de religiosidade e pedir força a Deus para nos ajudar no dia a dia. É uma série de fatores que ajuda o time a crescer.

DIÁRIO - Há dois anos, você saiu do time depois de um início ruim do São Bernardo na mesma competição. Agora a situação mudou. Foi como completar uma história?

LD - Quando saí daquela vez, não consegui os resultados necessários, mas todo um trabalho foi feito. Faltaram detalhes para que aparecesse o resultado. Agora veio esse convite, e certamente é como completar um trabalho que não aconteceu no passado.

DIÁRIO - A vida pessoal também está agitada com o nascimento do segundo filho (Eros nasceu há quase dois meses)?

LD - É uma correria grande de estar com o time aqui e com a esposa (mora em Campinas). Exige bastante. Mas o bom é que estamos em um momento favorável, com o time vencendo. Então, não há uma sobrecarga grande.

DIÁRIO - A primeira fase da Série A-2 gerou alguma surpresa?

LD - Eu esperava pelo Grêmio Barueri na segunda fase e não acreditaria no rebaixamento do América, que investiu muito. Dos que passaram, são todas excelentes equipes.

DIÁRIO - Quais os cuidados para uma segunda fase, competição tão mais curta? Acha que o São Bernardo chega nessa etapa como o time a ser batido?

LD - Agora temos que esquecer a outra fase. Não esquecermos o que fizemos de bom, mas os números. Agora todo mundo entra melhor preparado e todos têm potencial para subir. Temos de pensar jogo a jogo, sabendo que cada partida será complicada. Não teremos vida fácil.

DIÁRIO - Como é a conversa com esses jogadores que não vêm jogando (o atacante Ney Mineiro chegou a demonstrar insatisfação com o banco e volantes, como Marcelo Godri e Paulinho, antes titulares, perderam espaço)?

LD - Todos têm que estar motivados e fazer o melhor, mostrando que fazem parte do grupo e condições que podem jogar. Eu cobro todos da mesma forma. A vida é feita de oportunidades.

DIÁRIO - Há intenção de permanecer após a Série A-2 do Paulista (quando encerra o contrato)?

LD - Nem passou isso pela minha cabeça. Tudo é consequência do trabalho, mas primeiramente o foco é buscar o acesso.


Zé Forte é confirmado no lugar de Mandi

O técnico Luciano Dias confirmou que o volante Zé Forte será o substituto do meia Luciano Mandi, que desfalcará a equipe contra o Noroeste, hoje, em Bauru, devido à lesão na panturrilha. Com a modificação tática, Léo Costa, que atuava mais na marcação, será adiantado, da mesma forma que Bady.

Apesar da modificação, o comandante garantiu que o time não vai perder as características das últimas partidas e não sofrerá desvios estratégicos muito acentuados. porque vai atuar com apenas dois meias. Luciano Dias disse confiar em Zé Forte, que retornou aos gramados no domingo, na vitória (4 a 0) sobre o Palmeiras B, depois de ficar cinco meses afastado devido a cirurgia no púbis e lesão muscular logo na sequência.

No restante, a equipe será a mesma que atuou na maioria dos jogos da primeira fase, incluindo Léo Costa e Dudu, que estavam suspensos na penúltima rodada e foram poupados contra o Palmeiras B - da mesma forma que todos os titulares.

EXPERIENTES

O psicólogo Celso Stumpo garantiu que o elenco do São Bernardo está em clima de euforia devido à campanha na primeira fase. Segundo ele, os jogadores ganharam o amadurecimento necessário, estão preparados e com foco na segunda fase.

"É um grupo muito sério e sabe que a fase é diferente agora. Não são daqueles atletas que vão aonde o vento bate. Se ganhamos ou perdemos antes, não importa mais. Eles sabem: o que realmente acontece lá na frente é o trabalho de agora", destacou o profissional, que realiza trabalho específico com o grupo há alguns meses.




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