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Manicure tem mais perigos do que se imagina
Por Caroline Ropero
Especial para o Diário
12/06/2011 | 07:00
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O programa preferido de três amigas de São Bernardo é se reunir para fazer as unhas. Pudera, com tantas opções de cores e texturas, os esmaltes transformaram-se em objeto de desejo das meninas. Atrás do glamour da atividade, porém, escondem-se perigos. Muitos foram descobertos por Luana Paronetti, 16 anos, após concluir o curso de manicure. "Aprendi a fazer certo, esterilizar bem tudo e não emprestar material de ninguém", diz.

Fungos, bactérias e até infecções podem contaminar quem compartilha instrumentos. Caso tenha algum micro-organismo, provoca micoses e até doenças sérias como Aids e hepatite B. Inclusive Luana já tomou vacina contra hepatite B preparando-se para trabalhar como manicure. É ela também que tem passado dicas às colegas de que é importante ter kit individual e levá-lo ao salão para ser utilizado pela manicure, mesmo as peças sendo esterilizadas pela profissional.

Lixa, alicate, espátula e até toalha são como escova de dentes, cada um tem de ter o seu! Mesmo que a unha da colega não tenha problema aparente, não dá para arriscar, pois existem muitas doenças que podem ser transmitidas.

Isabela Leão, 15, sabe disso. O alicate não é dividido nem com a própria mãe. "Antes, ela não me deixava nem tirar a cutícula." O ideal é não tirar mesmo. O costume é típico das brasileiras; na maioria dos países, empurra-se a pele. A retirada facilita a contaminação, pois a cutícula serve como proteção. Além disso, quanto mais tira, mais se forma.

De olho nisso, Thayna Casasola, 15, procura retirar o mínimo possível e redobrar os cuidados. O legal é poder reunir as três para se divertir. "Juntamos os esmaltes para ter mais opções de cores, mas cada uma leva seu próprio material."

 

Todo cuidado é pouco

Ao fazer as unhas, quais doenças podem ser transmitidas? - Qualquer uma causada por fungos, bactérias e vírus, como micose, hepatite B e Aids.

 

Qual sintoma da hepatite? - O principal problema é que a pessoa infectada não costuma manifestar sintomas no início do contágio. Para saber isso é necessário fazer um exame de sangue. A hepatite A costuma desaparecer entre seis e oito semanas. Já os vírus B e C são mais perigosos. Em todos os casos deve-se procurar um infectologista.

 

Como se contamina? - Ao retirar a cutícula, formam-se microfissuras na pele que permitem a entrada de micro-organismos. Não é necessário machucar nem sangrar para que o vírus da hepatite entre no organismo. Umidade e restos de pele que ficam no alicate, lixas e espátulas podem criar fungos e bactérias.

 

Como se prevenir? - A prevenção contra hepatite é feita com três doses da vacina, aplicada gratuitamente em manicures e profissionais da Saúde. Contra fungos e bactérias, é preciso esterilizar o alicate após o uso e utilizar lixas e espátulas descartáveis.

 

Como deve ser feita? - Os únicos equipamentos eficientes de esterilização são estufa e autoclave. Os forninhos de salão de beleza não eliminam todos os micro-organismos. Mas para esterilizar o alicate que só você usa basta lavar com sabão e deixar de molho em água fervente.

 

Quando devo procurar ajuda? - Se perceber mudança na unha, formato, cor, procure o dermatologista para iniciar tratamento. Se for micose, há medicamentos muito eficientes para isso. É importante cuidar para não transmitir para outros.

 

* Consultoria de Marcos Martinez, professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC




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