Economia Titulo Mauá
Metalúrgica MRS diversifica para se fortalecer
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/05/2010 | 07:00
Compartilhar notícia


Em meio à concorrência crescente de itens importados no segmento brasileiro de autopeças, a metalúrgica MRS, de Mauá, investiu para diversificar seu portfólio de produtos, com o desenvolvimento e produção de sua primeira linha de freios para caminhões e ônibus.

Há mais de 60 anos no mercado, a empresa, que até então fazia partes de autopeças - entre os quais pinos, mangas de eixos, buchas e conexões -, passa agora a ter produto pronto (o sistema de freio), que será destinado ao mercado de reposição.

Produtora de mais de 4.000 itens, a MRS já tem 70% de sua atividade focada na produção de componentes para lojas e oficinas. Os 30% restantes são para atender sistemistas e montadoras - entre os clientes, nomes de peso como a Thyssenkrupp, MWM, Randon, Mercedes-Benz e Agrale.

A diversificação, dentro do mercado de reposição, deverá trazer vários benefícios. "O objetivo é ganhar know how em itens que têm mais valor agregado (ou seja, mais tecnologia embarcada, e consequentemente, melhor margem de lucro). Isso vai nos levar a um patamar diferenciado. Vamos concorrer com sistemistas (fabricantes de conjuntos automotivos)", afirma o diretor comercial, Celso Cestari.

A companhia aplicou cerca de R$ 600 mil em pesquisa e desenvolvimento, em ferramentas e dispositivos de fábrica e ainda em testes feitos por intermédio do Senai para simular a vida útil dos freios produzidos pela empresa.

METAS - Cestari afirma que a nova linha permite aproveitar melhor a capacidade instalada da unidade fabril e reduzir a dependência das áreas em que atua. Em termos financeiros, a companhia, que tem quadro de 170 funcionários, espera crescer 12% em vendas neste ano, o que significará acréscimo de R$ 2 milhões no faturamento anual.

Embora o executivo afirme que a competição dos importados não chega a assustar, devido à capilaridade do mercado nacional - a grande quantidade de lojas e oficinas espalhadas pelo País -, o fato é que os itens estrangeiros (sobretudo chineses) vêm crescendo fortemente em participação no mercado brasileiro de autopeças.

A previsão do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) é que, neste ano, o déficit comercial (diferença entre exportações e importações) chegará a US$ 4 bilhões.

EXPORTAÇÃO - Mesmo com o dólar desvalorizado frente ao real, o que reduz a competitividade do produto nacional, a MRS espera, com a ajuda da nova linha de freios, crescer neste ano em vendas ao mercado internacional.

Atualmente, a empresa exporta para mais de 25 nações e obtém 5% do faturamento total com negócios firmados com clientes de outros países. A expectativa de Cestari é crescer 40% no campo externo, chegando a 7% da receita total. Depois do auge da crise global, no fim de 2008, gradualmente, a demanda é retomada no Exterior.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;