Presidente do Palmeiras culpa imprensa pela punição de
nove meses no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva
Luiz Gonzaga Belluzzo não mede as palavras. Ao contrário de seu antecessor, Affonso Della Monica, o atual presidente do Palmeiras é mais enérgico e polêmico. As recentes reclamações contra o árbitro Carlos Eugênio Simon, que anulou um gol legítimo de Obina contra o Fluminense (derrota por 1 a 0), e as insinuações contra o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) lhe renderam uma punição de nove meses. Neste período, ele está proibido de comandar o clube, mas já avisou que vai recorrer da decisão.
A pena que recebeu poderia ter chegado a seis anos. "Eu acho que merecia ser punido, pois falei algo pesado", reconheceu Belluzzo. Ele, porém, não vai se esquivar quando achar que o Palmeiras for prejudicado em campo. "Ele (Simon) cometeu um erro óbvio e eu só falei contra certo tipo de atitude", explicou o presidente do Palmeiras. "Aí a imprensa vem e faz nheco nheco", disse, inconformado com a atitude de alguns. "As pessoas se portam como devem se portar. A imprensa agiu com o cinismo habitual. Conheço essa tigrada de muitos anos. Eram a favor da democracia e fizeram a ditadura."
Belluzzo não compareceu ao seu julgamento no STJD, na terça-feira, no Rio. Como dá aulas em São Paulo, também não foi ao Estádio Olímpico ver o jogo contra o Grêmio, na noite de ontem pela 36ª rodada do Brasileirão.
Assim, horas antes da decisiva partida em Porto Alegre, o presidente do Palmeiras disse não estar ligando para a punição que recebera: "Não estou preocupado com isso, apenas quero o time jogando bem."
Belluzzo ainda não completou um ano de mandato. Tem mais 13 meses pela frente. A oposição, indignada com o atual balanço financeiro palmeirense (dizem que o déficit da temporada chegará aos R$ 25 milhões), já planeja um impeachment contra o presidente. Ele, no entanto, nem pensa em deixar o cargo.
Torcedor declarado e apaixonado, Belluzzo encontrou na presidência (anteriormente, era diretor de planejamento) um ambiente que não esperava. E não gosta de usar a palavra "decepcionado" para falar dos últimos meses.
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