Economia Titulo Profissão
Medicina é carreira mais procurada
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
19/10/2008 | 07:13
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Carreira que exige o maior número de anos de estudo, dedicação integral, reciclagens constantes e muitas noites em claro. Mesmo assim, a profissão de médico é a mais almejada por jovens em época de vestibular.

Segundo a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), medicina é o curso com maior número de inscritos há nove anos. "É preciso ficar atento, pois a profissão exige muito e quem não tem vocação não demora muito para perceber que fez a escolha errada", explica a coordenadora do curso de medicina da Faculdade de Medicina do ABC, Lígia de Fátima Nóbrega Reato.

Com 39 anos de existência, a Faculdade de Medicina do ABC já formou mais de 3.300 médicos. "Todo ano ingressamos cerca de 120 profissionais no mercado. Uma pesquisa realizada com ex-alunos mostrou que 80% deles trabalham em uma das sete cidades da região", orgulha-se Lígia.

Desvalorização - Segundo a coordenadora, o perfil dos médicos mudou nos últimos anos. "Até pouco tempo as especialidades mais escolhidas eram pediatria e ginecologia. Agora eles preferem especialidades que possibilitem a realização de procedimentos", explica. Isto porque com os procedimentos é possível ganhar mais. "Na maioria das vezes os médicos não ganham o que merecem, por isso alguns profissionais migram para cirurgia plástica e dermatologia, vertentes que pagam melhor", complementa Lígia.

Para a coordenadora os profissionais da área da saúde não são valorizados adequadamente. "Muitas vezes um convênio médico paga por uma consulta o mesmo que uma manicure, que um encanador. A diferença, não menosprezando a importância desta profissões é que eles não fizeram faculdade", explica.

Mesmo assim, o amor pela carreira fala mais alto. Há 31 anos Lígia atua como médica e diz que a satisfação de colaborar para a melhoria da qualidade de vida das pessoas não tem preço. "A gratificação compensa a defasagem salarial", conta.

Dedicação - Laura Monte, 21, faz cursinho pré-vestibular há três anos para tentar ingressar no curso de medicina. "Já me disseram para desistir, que isso é perda de tempo. Mas eu sinto que serei profissionalmente realizada e leve o tempo que for vou conseguir entrar e concluir a faculdade", conta.

Ano passado a jovem foi aprovada, porém em uma universidade particular. "Infelizmente não tenho como pagar mais de R$ 2mil por mês. Preciso de uma universidade pública", explica.

Carreira exige dedicação integral dos profissionais

Dados do Conselho Federal de Medicina dizem que o Brasil tem cerca de 300 mil médicos. O número mostra que o País tem, em média, um médico para cada 633 habitantes.

Apesar de o número parecer insuficiente, o problema nem sempre é a quantidade de profissionais, e sim, a qualidade nos atendimentos.

Por isso, médicos como o pediatra José Vicente Prandini merecem destaque. "A atenção com que ele trata os pacientes e a certeza que passa dando o diagnóstico fazem toda a diferença. Além de médico, ele passa a ser amigo da família", conta a professora Luana da Penha Custódio, que sempre levou seus dois filhos para serem consultados por ele. "Mesmo quando minha filha já tinha 15 anos eu só me sentia segura com a palavra dele", conta.

Tímido, o pediatra, que atende em um consultório na região central de Diadema, conta que o trabalho ocupa todo seu tempo. "Minha mulher trabalha comigo, caso contrário quase nunca nos veríamos. É muito bom saber que posso ajudar de alguma forma", conta o pediatra.

Reconhecimento - Famoso na cidade, a agenda do médico é concorrida. "Sempre consigo atender todo mundo, afinal, quando se faz as coisas com amor, o tempo rende mais e o dia passa a ter mais horas", brinca.




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