Economia Titulo Segurança
Tecnologia aquece área da segurança
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/10/2008 | 07:11
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Um segmento em ascensão, que cresce 13% ao ano nos últimos oito anos, o mercado de segurança eletrônica ganha espaço não apenas por conta da necessidade de as pessoas e empresas se protegerem da violência urbana mas também devido ao avanço tecnológico, que torna as ferramentas de vigilância mais acessíveis à população.

Inovações na área de telecomunicações e de TI (tecnologia da informação), por exemplo, com o celular de tecnologia 3G (terceira geração)e a difusão do internet banda larga e das câmeras com transmissão de imagens digitais ajudaram a impulsionar os resultados do setor.

"A segurança eletrônica se alimenta desse mercado de TI e telecomunicação. As ferramentas ficaram com um custo-benefício bem melhor nos últimos anos", disse o diretor de comunicação da Abese (Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), Oswaldo Oggiam.

Ele cita que a instalação de sistema de alarmes com sensores em imóveis, por exemplo, de 120 m², custa, em média, R$ 1.000, e o serviço de monitoramento remoto para esse mesmo imóvel sai a uma taxa mensal que gira em R$ 100 a R$ 120.

Os preços podem variar, assim como as opções disponíveis a empresas e consumidores. Tradicional no ramo de segurança para bancos, a Instalarme, que existe há mais de 30 anos e há três anos passou a atender também a área comercial, oferece serviços a partir de R$ 70 por mês, com sistemas que exigem investimento de R$ 1.500 (com alarmes remotos e monitoramento com botão antipânico).

"Temos mais de 2 mil clientes monitorados, hoje está bem mais acessível", afirma o diretor da empresa, Fernando Moreira, que assinala um crescimento superior a 30% na área do varejo.

Outra empresa, a Prote-Home, de Santo André, também vem em forte evolução, com crescimento de 20% a 30% anualmente. O diretor da empresa, José Carlos Barea, destaca os avanços tecnológicos, que favorecem os serviços com qualidade no segmento.

A Prote-Home realiza, entre outros serviços de segurança eletrônica, a instalação de sistemas de alarmes que utilizam rádio-freqüência e GPRS (tecnologia de transmissão de dados em alta velocidade), que dispensam a necessidade de uso da linha telefônica fixa. Além disso, a empresa dispõe de uma equipe que monitora eventuais disparos de alarmes. Em relação aos preços, O serviço de monitoramento da companhia sai a partir de R$ 110 por mês.

Coop elimina ocorrências graves com monitoramento

A preocupação com a segurança do patrimônio tem feito com que a rede Coop, de supermercados, utilize sistemas de segurança eletrônico, com vigilância 24 horas por dia em todas as 26 lojas.

O supervisor geral de segurança da rede, Hélio Freitas, destaca que a opção adotada foi um sistema de câmeras com IP (protocolo na internet) dedicado, com link exclusivo com a Telefônica e a transmissão das imagens para uma central de monitoramento.

Ele assinala que a tecnologia, já adotada há três anos, tem garantido a redução a zero de eventos graves, como "roubos pesados" (por grupos de bandidos armados). "Podemos adotar rapidamente um plano de contingência e acionar os órgãos competentes", disse.

 O sistema centra foco especial em áreas críticas das lojas, em que há maior valor agregado (produtos mais caros).

Como as evoluções tecnológicas são constantes, Freitas afirma que já está em andamento um upgrade (atualização) dos computadores.

"Temos placas de captura de imagem que a cada dia a tecnologia evolui. Os equipamentos têm apenas três anos e estão funcionando mas já vamos trocar. Não podemos descuidar da atenção com a segurança", acrescentou.

Adolescente desenvolve programa e faz sucesso

A oportunidade vislumbrada na área de segurança eletrônica está impulsionando os resultados da Systrade Tecnologia, de São Caetano, que desenvolveu há seis anos e lançou, há três, um software de monitoramento IP (protocolo na internet).

O sistema, chamado Digiforte, é hoje líder de mercado no País e registra uma expansão de 232% nas vendas neste ano frente a 2007. Já foram vendidas mais de 15 mil licenças de uso. Atualmente, são mais de 800 clientes.

O programa já é utilizado no monitoramento remoto de cidades de São Paulo como Praia Grande, Hortolândia, Cubatão, e também em outros Estados (em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul).

O diretor, Carlos Eduardo Bonilha, conta que o produto, desenvolvido por seu filho, Erik Bonilha, na época com 17 anos (hoje ele tem 22 anos), surgiu em função da solicitação de um condomínio, que buscava soluções desse tipo.

"Começamos a desenvolver o software, e nem havia literatura sobre o tema no Brasil, tivemos de trazer dos EUA. Fizemos um sistema digital para diversas opções de alarmes e que faz monitoramento e automação de controle de acesso", disse.

Há companhias chamadas integradoras, que fazem parceria com a Systrade, para oferecer a tecnologia junto com outros equipamentos (câmeras, sensores etc) para consumidores e empresas.

Uma delas é a Innovision, também de São Caetano. O diretor, Renato Grau, destaca as vantagens da tecnologia, que permite a transmissão de imagens de câmeras via internet e também o alarme, por conta de sensores instalados no local vigiado.




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