Política Titulo Diálogo
Demandas do PT interessam a Pinheiro
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
21/02/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), abriu em definitivo canal de diálogo com o PT local. Sete propostas da sigla para intervenções na cidade serão acatadas pelo Paço. "Vamos unir o meu programa de governo com essas propostas para o bem da cidade", pontuou o peemedebista.

As sugestões foram entregues ontem durante visita do presidente do PT são-caetanense, Márcio Della Bella, o vice, Helio Raimundo de Souza, o vereador Pio Mielo e o primeiro suplente da sigla, Ricardo Rios, a Pinheiro, no Palácio da Cerâmica.

O prefeito, entretanto, rechaçou que o grupo fará parte do governo. "Não vou negar ajuda de ninguém. Já recebi o Psol, o PPS, o PSDB, e quem quiser ajudar, vou abraçar. Estamos no governo e comprometidos com todos."

As demandas petistas pedem integração de escolas com equipamentos esportivos e culturais, acesso direto da cidade com a Via Anchieta, ligação da Avenida Presidente Kennedy com a Avenida dos Estados, implantar o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, e erradicação de cortiços, Orçamento Participativo e instaurar conselhos e ouvidorias nos equipamentos públicos como UBSs (Unidade Básica de Saúde) e escolas. "São propostas que estavam no nosso plano de governo e que essa agenda favorece", disse Rios.

Para Pinheiro, alguns pedidos do PT, como o programa Minha Casa, Minha Vida, demandam mais tempo para serem implementados. "Dependem de projetos a serem encaminhados para o governo federal, serem aprovados pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e aí serem executados", explicou. A velocidade de inclusão dos projetos, no entanto, será pautada pela saúde financeira da administração, que tem dívida total de R$ 264,5 milhões.

 

Relacionamento

Durante a campanha eleitoral, Pinheiro foi acusado pelos então governistas de contar com apoio velado do chefe do Executivo de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e da cúpula estadual petista. A rejeição ao PT estava no ápice do escândalo do ‘mensalinho', quando o então candidato ao Paço Edgar Nóbrega (PT) apareceu em vídeo com o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) em suposta negociação por oposição branda. O episódio foi usado por peemedebistas e petebistas de forma negativa.

Apesar do histórico, o prefeito garantiu que não irá estigmatizar a imagem do PT, assim como ocorreu na campanha, como inimigo público. "Não, isso não vou fazer. Vou ouvir todos no meu governo."

O presidente do PT saiu otimista do encontro. "Percebemos que a postura do novo governo é bem diferente e, agora, é democrática", disse Della Bella. Os petistas já vinham tentando selar aproximação desde o início do mandato de Pinheiro com o argumento da "sinergia" entre PT e PMDB, agremiações que comandam o Brasil com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e o vice, Michel Temer (PMDB). Com a bênção governista, o vereador Pio Mielo ficou com a primeira secretaria da mesa diretora da Câmara e vem buscando espaço com a administração peemedebista.

 

PMDB e PT ensaiam estratégias para eleição de 2014

Está longe de um final a articulação do PT em nível nacional para abrigar em sua base o PMDB e o PSB nas disputas pela Presidência da República e pelo governo do Estado de São Paulo. Apesar disso, petistas e peemedebistas de São Caetano já tocaram no assunto.

Durante o encontro com o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), as estratégias para dar suporte aos partidos na eleição de 2014 no município foram debatidas, ainda que de maneira superficial. Historicamente desarticulado dos diretórios petistas do Grande ABC, o PT de São Caetano ganhou apoio do peemedebista para se alinhar de vez com os correligionários e reforçar o grupo para as disputas.

O pleito deve reacender as rusgas com o rival, ex-chefe do Executivo e secretário de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), que provavelmente disputará vaga de deputado federal ou estadual e foi escalado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para divulgar a gestão paulista no Grande ABC.

O plano foi discutido pautado na eleição do ano passado, quando o petebista saiu derrotado e com índice de rejeição em ascensão. A gestão de Auricchio, que detinha aprovação na casa dos 80%, foi desconstruída. Se o secretário estadual não conseguir reverter o quadro durante os dois anos que antecedem o pleito, o bloco cogita resgatar os argumentos e associar a gestão do governador tucano aos problemas de Segurança Pública.

 




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