O Prosperidade é um dos 14 bairros da cidade que possui o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. No entanto, a realidade ainda destoa da do resto de São Caetano.

A "vila" - como ainda é chamada pelos moradores - tem ruas de paralelepípedo, faltam opções de comércios e entretenimento e há alguns anos as enchentes atormentavam a vida das famílias. Antigamente era comum muitas construírem barreiras de concreto em frente às casas como forma de proteção. "Quando ameaçava chover nós já levantávamos os móveis. Nos sentíamos humilhados", recorda José Manoel Pinto, 75, comerciante local.

Apesar da certa precariedade e falta de infra-estrutura, famílias construíram suas histórias no bairro. Hoje elas se entrelaçam com a evolução e o crescimento do Prosperidade nestes 131 anos de São Caetano.

Há cerca de dez anos, um novo fenômeno marcou o local: a chegada das empresas. O bairro concentra 10,22% das indústrias da cidade - entre elas, a Petrobras. "O Prosperidade deixou de ser o nosso patinho feio", afirma Ramis Sayar, diretor de desenvolvimento econômico do município.

Sayar acrescenta que outras empresas não se instalaram na área porque não há mais espaço disponível. O próximo passo é incentivar a exportação.

Projeto leva cidadania - Outra das recentes contribuições para mudar definitivamente o perfil do Prosperidade foi a implantação do projeto Bairro-Escola, desenvolvido pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Vinte muros danificados - um em cada rua - estão sendo transformados em arte com mosaicos, num trabalho que envolve crianças, educadores e voluntários. A atividade, além de entreter a comunidade, deixa as ruas mais bonitas, evita pichações e mostra que o bairro tem potencial, sim, para fazer jus ao nome que leva.