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Aqui é Fusca!

Os apaixonados pelo simpático carrinho 'voaram' pelas retas
e curvas da pista do autódromo de Interlagos em São Paulo

Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
09/01/2013 | 07:00
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No dia 25 de novembro de 2012, em uma das corridas mais emocionantes da temporada, o jovem piloto alemão Sebastian Vettel, da equipe Red Bull, conquistou o tricampeonato mundial de Fórmula 1 no GP Brasil, disputado no circuito de Interlagos, em São Paulo. Exatos 42 dias depois, o mítico autódromo paulistano voltou a ser palco de um evento no qual as supermáquinas são protagonistas. Estamos falando do 20º Encontro Fusca Clube do Brasil em Interlagos.

Claro que os 200 besouros que marcaram presença não são - nem têm a pretensão de ser -bólidos de altíssimo rendimento como os carros da categoria máxima do automobilismo mundial. No entanto, no olhar de cada motorista que entrava no ‘S do Senna', descia a reta oposta com o pé em baixo ou desafiava os limites do seu Fusca nas curvas do Pinheirinho ou Laranjinha era possível enxergar um pouco de Vettel, Fernando Alonso, Felipe Massa, Lewis Hamilton - e por que não dizer de Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi?

Entre os Fuscas de todos os anos, versões, modelos, estilos e motorizações (não podemos esquecer daqueles com propulsores envenenados, com suspensão rebaixada e rodas de 15, 16 ou mesmo 17 polegadas), alguns outros Volks marcaram presença. Destaque para as Kombis, os TLs, as Variants, os Voyages, os Passats e os Gols, em especial o clássico GTI - primeiro automóvel brasileiro com injeção eletrônica.

A convite do amigo Ervin Moretti, proprietário do famoso Fusca Horácio, o Diário foi passageiro por algumas voltas em Interlagos. Nada de cinto de segurança de cinco pontos, capacete, macacão especial ou protetor auricular, equipamentos obrigatórios dos pilotos de F1. Para passear de Fusca em Interlagos basta cinto de duas pontas, um boné para se proteger do sol - que fez questão de prestigiar o evento (deve ser um admirador secreto dos Fuscas) -, uma camiseta confortável (bermuda também é uma boa) e vidros baixos para refrescar e apoiar o cotovelo, afinal, para andar de Fusca estilo é fundamental.

Descendo a reta oposta, Ervin Moretti, o piloto, espeta quarta marcha e despeja todos os 48 cv de potência do Horácio. Chegamos perto dos 100 km/h, suficientes para passar o sempre veloz e carismático Herbie - aquele personagem imortal da série de filmes Se Meu Fusca Falasse, lembra?

Freamos na placa dos 50 metros - nem Michael Schumacher fazia isso com seu Mercedes F1 -, engatamos segunda e mergulhamos na curva do lago. Antes de entrar na curva Bico de Pato, somos ultrapassados por um Fuscão da categoria Speed de competição.

Não nos importamos e continuamos nossa volta voadora. Na Junção, pegamos o vácuo do Fusca inglês - com direito a volante do lado direito - do doutor João Reinaldo de Oliveira Abrahão, e ultrapassamos a Kombi amarela com placa de Leme (SP).

Cruzamos a linha de chegada. E apesar de não se tratar de uma corrida, a sensação era de termos vencido um GP, como Vettel...

 

Amigos, familiares e pastéis

 

O 20º Encontro Fusca Clube Brasil em Interlagos é muito mais que acelerar pelo autódromo paulistano. Trata-se de um encontro de proprietários e admiradores do automóvel que durante 24 anos foi o mais vendido do Brasil e é, sem sombra de dúvida, um dos mais importantes do século 20 em todo o mundo.

O clima do evento é o que mais chama a atenção. Famílias inteiras - pais, filhos, netos, avós e até alguns cachorros - desfrutam de toda a estrutura. Encontramos, por exemplo, Cláudio Aparecido Mozelli, proprietário de um modelo 1976 vermelho impecável. Morador de Ribeirão Pires, ele estava acompanhado dos filhos Nícolas e Vinícius. "Venho em todos os eventos aqui em Interlagos", comenta Mozelli.

Enquanto os carros estão estacionados, as crianças andam de patinete, tonquinha e bicicleta pelos boxes, ou ficam com a equipe de recreação. Os mais aficionados passam no mercado de pulgas para garimpar algumas peças para seu possante, ou trocam ideias com os outros proprietários.

Bateu a fome? Boxe 12! Por lá, uma barraca de pastéis mata a lombriga e refresca a garganta dos fuscamaníacos.

O encontro do Fusca Clube Brasil arrecadou 400 quilos de alimentos não perecíveis.




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