O G-11 impôs o terceiro pedido de adiamento consecutivo para votação na Câmara da Luos (Lei de Uso e Ocupação do Solo) e o primeiro ao Código de Obras, propostas do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), durante a sessão ordinária de ontem. O grupo de vereadores independentes tem travado disputa silenciosa com o governo em busca de mais espaço na administração petista.

Como os dois projetos de lei, que estão na lista de prioridades de Donisete, necessitam de maioria absoluta (15 dos 22 vereadores) a própria bancada governista, que tem 11 integrantes, ciente de que perderia a disputa, solicitou adiamento das propostas. Com isso, a Luos acumula seis sessões de adiamentos e o Código de Obras, duas.

A argumentação do G-11 de que não há consenso sobre as emendas dos projetos encobre embate com Donisete para ampliação da participação desses vereadores no Executivo. Nos bastidores, a informação é de que a maioria dos 22 parlamentares fez, pelo menos, sete indicações de nomes para ocuparem cargos comissionados e tensionam com o governo para ampliar a ocupação. Além disso, o bloco também cobra agilidade da administração em atender solicitações assistencialistas, como vagas nas redes de Saúde e Educação, entre outros serviços públicos.

Líder do G-11, Chiquinho do Zaíra (PTdoB) negou que haja desentendimento com o governo e reforçou o discurso de que falta consenso em apresentação de emendas. “Não queremos conversar só com o governo, queremos saber dos autores das emendas. São várias propostas de vereadores, arquitetos, urbanistas. O próprio Ricardinho (vereador Ricardo Manoel de Almeida, PTB) tem emendas não discutidas. Nós precisamos saber”, comentou.

Sobre a disputa causar eventual prejuízo ao planejamento do prefeito, Chiquinho foi enfático. “Não sei qual é o calendário do governo, eles não me passaram. Não temos consenso nas emendas”, pontuou.

O líder do governo na Câmara, Marcelo Oliveira (PT), destacou que os adiamentos dos dois projetos de lei não interferem no andamento do Legislativo, já que propostas de vereadores têm sido apreciadas sem entraves. O petista, entretanto, disse que o governo busca encontrar o consenso sobre as emendas e trabalha para garantir a votação das propostas.