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Prefeitos deixam obras
viárias em segundo plano

Eleitos em 2008 descumprem promessas de melhorar trânsito;
a única obra expressiva foi o rebaixamento da Avenida Lions

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
13/08/2012 | 07:00
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Os principais projetos de obras viárias que constavam nos programas de governo dos candidatos a prefeito da região em 2008 ficaram apenas no papel. Nos últimos três anos e meio, foram poucas as intervenções executadas pelas prefeituras para aliviar o trânsito.

Entre as promessas de maior destaque estava o prolongamento da Avenida Guido Aliberti, em São Caetano. O prefeito José Auricchio Júnior (PTB), que na época concorria à reeleição, prometeu desenvolver parceria com a Prefeitura de São Paulo e o Estado para ligar a Guido Aliberti à Via Anchieta e à Avenida dos Estados, por meio da construção de duas pontes. A administração municipal informa que "ainda estão sendo feitas gestões" junto aos órgãos citados para tentar viabilizar o projeto.

O petebista havia prometido também que desenvolveria parceria com a Capital para revitalizar as avenidas Almirante Delamare e Presidente Wilson, com objetivo de melhorar o acesso a São Caetano. A gestão Auricchio diz que o projeto não saiu do papel porque a prefeitura paulistana não possuía verba necessária. Não foi cumprido também o projeto de criação de edifícios-garagem na região Central. O município diz que o assunto está em fase de estudos.

Em Santo André, o candidato eleito, Aidan Ravin (PTB), também havia prometido obras viárias de grande porte. Entre as intervenções programadas estavam a ampliação dos viadutos Cassaquera, Juvenal Fontanella (Utinga) e Castelo Branco (ao lado do Terminal Rodoviário). A proposta era fazer com que os elevados passassem por cima do Rio Tamanduateí. Atualmente, os viadutos sobrepõem a via férrea e terminam na pista sentido Mauá da Avenida dos Estados.

Outra promessa não cumprida por Aidan, que neste ano busca a reeleição, era a de criar binário entre as avenidas Dom Pedro II e Industrial, fazendo com que as vias passassem a ter mão única. Em junho, a administração publicou decreto que autoriza as modificações viárias, mas não há prazo para implantação e a medida não deve sair do papel neste ano. A Prefeitura foi procurada para justificar o não cumprimento, mas não se manifestou.

A única obra viária prometida e não cumprida pelo candidato eleito em São Bernardo, Luiz Marinho (PT), foi a construção de terminais de ônibus. As estações, no entanto, devem ser concluídas em eventual segundo mandato do petista, já que têm previsão para serem contratadas em fevereiro, em pacote que envolve a criação de 11 corredores de ônibus. A justificativa da Prefeitura é que as ações do governo não devem ser consideradas de forma isolada, e, portanto, não há promessas que não estejam concluídas ou encaminhadas.

O plano do candidato eleito em Diadema, Mário Reali (PT), previa construção de túnel ligando as ruas Graciosa e Odete Amaral e a construção de travessias sobre a Rodovia dos Imigrantes, o que não foi feito. Procurada, a Prefeitura não apresentou justificativas.

O programa de Oswaldo Dias (PT), eleito prefeito de Mauá, propunha ligação das avenidas Queiroz Pedroso e Lasar Segall, o que, segundo a Prefeitura, não foi feito em função de desapropriações. O documento também prometia construção de vias ligando o Centro ao Jardim Zaíra e a Avenida Barão de Mauá à Gruta Santa Luzia. O município diz que ambas ficarão prontas em 2014.

LIONS

Única obra de grande expressão para a região executada por uma prefeitura, o rebaixamento da Avenida Lions, em São Bernardo, foi entregue em maio.

Outras construções de vias foram feitas, mas a realização ficou por conta do governo do Estado. Entre as intervenções estão o Trecho Sul do Rodoanel, o prolongamento da Avenida Jacu-Pêssego e a ligação da via com a Avenida dos Estados, todas em Mauá.

Bilhete único é realidade em São Bernardo, Diadema e Mauá

Promessa de campanha, a criação do bilhete único foi efetivada em São Bernardo, Diadema e Mauá, administradas pelos petistas Luiz Marinho, Mário Reali e Oswaldo Dias, respectivamente.

O Cartão Legal, de São Bernardo, foi o primeiro a ser criado. Em maio de 2010, o bilhete foi lançado, mas as integrações tarifárias começaram em dezembro do mesmo ano. Com o cartão, o usuário pode pegar três ônibus em 90 minutos pagando uma passagem.

Em maio do ano passado, o cartão DaHora, de Mauá, também passou a oferecer integração tarifária. O passageiro que tiver o tíquete eletrônico tem uma hora para fazer baldeação sem custos em qualquer ponto da cidade.

Em Diadema, a integração gratuita do cartão SOU (Sistema de Ônibus Urbano) começou em novembro. Pagando R$ 2,80, a conexão pode ser feita em até 45 minutos.

Cidades tiveram avanços no transporte coletivo municipal

Grande parte das promessas cumpridas pelos candidatos eleitos em 2008 na área de mobilidade urbana beneficiou os sistemas de transporte coletivo municipais. Em Diadema, com a privatização da ETCD (Empresa de Transportes Coletivos de Diadema) e a venda das linhas da Viação Imigrantes, a cidade passou a ter 100% de ônibus zero quilômetros, todos adaptados para deficientes e com rastreamento via satélite. A Prefeitura, no entanto, não cumpriu a promessa de revitalizar o Terminal Eldorado, que está praticamente abandonado.

Mauá também renovou grande parte da frota com a colocação de 170 veículos novos. Todos os ônibus do lote 2, operados pela Leblon, foram comprados zero quilômetro em 2010. A cidade também implantou sistemas tronco-alimentados nos bairros Zaíra e Itapeva. Linhas expressas fazem a ligação dos dois terminais com o Centro. Assim como em Diadema, todos os coletivos têm GPS, e o usuário pode checar a localização do veículo em tempo real pela internet.

A Prefeitura de São Bernardo diz ter colocado 207 novos ônibus nas ruas desde 2009, diminuindo a idade média da frota de 6,6 para 4,5 anos.

Em São Caetano e Santo André os avanços foram mais tímidos. A Prefeitura andreense, que não informou se houve renovação de frota, criou em abril linha expressa entre o Centro e o Jardim Alzira Franco, diminuindo o tempo de viagem pela metade. A administração de São Caetano diz ter implantado controle por GPS em todos os coletivos e que, em breve, serão colocados painéis com a localização dos ônibus na rodoviária.




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