Política Titulo São Bernardo
Oposição tenta resgatar CPI dos Uniformes

Julinho Fuzari buscará dez assinaturas para abrir
investigação na Câmara sobre compra de kits

Por Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
08/02/2014 | 06:25
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Banco de dados/DGABC


A bancada de oposição ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), tentará novamente emplacar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Uniformes.

Desta vez, o objetivo é investigar a compra superfaturada de kits escolares, que resultou no desvio de R$ 3 milhões, conforme concluiu o Ministério Público sobre o caso. A apuração constatou participação de funcionários públicos no esquema. O resultado de parte da investigação foi revelado ontem pelo Diário.

Responsável por recolher as assinaturas necessárias para tentar instaurar a CPI ano passado, quando a apuração dos fatos estava mais adiantada no MP do Paraná, onde as empresas venceram contratos com atas de preços de São Bernardo, o vereador Julinho Fuzari (PPS) voltará a buscar adesões para o pedido de apuração na Casa.

“Quando busquei as assinaturas, alguns vereadores declararam que não havia provas sufucientes sobre a irregularidade. Agora não resta mais dúvida”, disse o popular-socialista, ao mencionar a reportagem do Diário.

Julinho precisa de dez assinaturas para levar a averiguação adiante. Para isso, terá de convencer inclusive oposicionistas ao governo Marinho, como ele, a assinarem o documento.

Em tese, a oposição possui oito rubricas, mas Marcelo Lima (PPS), Juarez Tudo Azul e Hiroyuki Minami (ambos do PSDB) não apoiaram a iniciativa do parlamentar na primeira vez.

O único resultado efetivo da pressão da oposição foi o depoimento da secretária de Educação, Cleuza Repulho, aos vereadores para explicar o imbróglio envolvendo a compra dos uniformes, que não foram entregues até o fim do ano letivo de 2013.

Na semana passada, Julinho apresentou requerimento questionando a Prefeitura sobre a entrega dos uniformes aos alunos da rede municipal neste ano, que ainda não ocorreu, mas a proposta foi rejeitada pelo Legislativo.

ILEGALIDADES
A investigação realizada pelo Ministério Público também apurou que um dos sócios das empresas acusadas de cartel vive em gleba rural concedida pelo Estado de São Paulo, por meio de programa de assentamento do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), apesar de a companhja possuir capital de milhões de reais.

De acordo com apuração feita até agora pelo núcleo do Grande ABC do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), materiais como tênis e mochilas foram comprados com preços acima do valor de mercado.

Os itens foram distribuídos aos estudantes entre 2010 e 2012. Nesse período as empresas investigadas G8 e Capricórnio S/A receberam do governo Marinho R$ 72,9 milhões em contratos.

A Capricórnio fornecerá novamente os kits escolares neste ano, após vencer o certame de quatro dos seis kits de material licitados pela Prefeitura. Deve receber R$ 29,2 milhões por um contrato de 12 meses. A empresa também é investigada pelo Gaeco no Paraná, por integrar grupo que fraudava licitações em Londrina.
 




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