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Sem voto, mas com liderança garantida

Se tem alguém que saiu da eleição mais forte do que entrou, mesmo sem ter disputado um único voto, foi o prefeito de São Caetano

Do Diário do Grande ABC
05/10/2010 | 00:00
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Se tem alguém que saiu da eleição mais forte do que entrou, mesmo sem ter disputado um único voto, foi o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB). O petebistas se envolveu desde o início nas campanhas de José Serra (PSDB) à Presidência e de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo do Estado, a ponto de ter participado da coordenação regional das candidaturas. O envolvimento foi tanto que nos últimos dias ele se licenciou do cargo para focar integralmente a ação política. O resultado nas urnas mostrou essa força: a única vitória de Serra na região foi justamente em São Caetano.

No cenário estadual, Alckmin obteve a maior vantagem entre Mercadante, com 61,6%, ante 22,9% do petista. Aloysio Nunes (PSDB), eleito senador, também assegurou vitória na cidade, com 38,4% dos votos válidos. Isso sem falar em Alex Manente (PPS) e William Dib (PSDB), candidatos a estadual e federal, respectivamente, com o apoio de Auricchio. O cenário que se vislumbra para Auricchio não poderia ser melhor: sem oposição, navega em céu de brigadeiro, quem sabe até para uma secretaria estadual...

Quem fica com a herança?
E por falar em Auricchio, o prefeito de São Caetano deve testar ainda mais sua popularidade já em alta no município. O petebista espera entregar o Hospital do Idoso no fim de 2011, no local onde funcionava o Pronto-Socorro central, no bairro Santa Paula. Outro sonho do chefe do Executivo, que ainda depende de contrapartida do BNDES, é a ampliação do complexo hospitalar Márcia e Maria Braido. Se os recursos federais não saírem, ele pretende fazer a reforma mesmo com recursos municipais. Nem que tenha menor dimensão. Tudo para fechar o mandato com chave de ouro.

Quem fica com a herança?
Um dia após a eleição, já começa a disputa pelo espólio político de João Avamileno (PT), ex-prefeito de Santo André que não garantiu votos para se eleger deputado estadual, mesmo que tenha registro de candidatura deferido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Apesar da vitória de Vanderlei Siraque, petistas não acreditam que ele tente novamente o Paço, após derrota surpreendente na reta final para Aidan Ravin (PT). Dessa forma, a candidatura a prefeito pode cair no colo do recém-eleito deputado estadual Carlos Grana (PT). É esperar.

Cenário desolador
O clima nesta semana nos legislativos do Grande ABC não deve ser dos mais animadores. Com exceção de Regina Gonçalves (PV), ninguém teve votação expressiva na região. Cenário totalmente diferente das últimas semanas, quando alguns chegaram a bradar que teriam resultado surpreendente nas urnas. Em Mauá, por exemplo, o cenário deve ser de desolação na Câmara. A não eleição ainda dará outro problema para os prefeitos: o que fazer com os ex-secretários que não garantiram cadeira nos parlamentos?




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