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Também quero não ter conta na Suíça

Muita gente maldosa vai duvidar de Fernando Sarney, responsável pela gestão do patrimônio da família

Por Carlos Brickmann
28/03/2010 | 00:00
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Muita gente maldosa vai duvidar de Fernando Sarney, responsável pela gestão do patrimônio da família, quando diz que não sabia dos US$ 13 milhões bloqueados pelo Governo suíço. Por que duvidar? Quem é que nunca deixou de tomar conhecimento de coisas, quem é que nunca se esqueceu de algo?

Este colunista, por exemplo, encontrou outro dia, mergulhada no fundo de um bolso da calça, uma moedinha de dez centavos. E não sabia que estava lá! Claro, se fossem US$ 10 milhões, ou US$ 13 milhões (os números variam conforme a notícia), o colunista saberia. Mas, para alguém como Fernando Sarney, filho de ex-presidente da República e senador, irmão de governadora, irmão de deputado e ex-ministro, gestor de um patrimônio familiar de certo porte, US$ 10 milhões, ou US$ 13 milhões, significam o mesmo que dez centavos para este colunista.

É normal que não se lembre. É normal que nem soubesse. O caro leitor não encontra, às vezes, algum troco esquecido no fundo de uma gaveta? Por que isso não pode acontecer com Fernando Sarney?

Há mais de 50 anos sua família governa o Maranhão. Sarney, antes de ser presidente da República, foi governador. Roseana já exerceu o Governo antes; e agora chegou lá de novo, mesmo tendo perdido as eleições. Neste período em que se sacrificou pelo bem do Maranhão, o clã morou em residências oficiais, livre de aluguel, sem despesas com empregados, refeições, segurança. É normal que tenha sobrado algum. E quem, na família, vai se preocupar com café pequeno?

SERRA E GUERRA
O martelo ainda não está batido, mas tudo indica que a campanha de José Serra à Presidência será comandada pelo ex-secretário Andréa Matarazzo e o senador Sérgio Guerra. Matarazzo não é exatamente bem-visto no DEM, parceiro principal do PSDB. Mas, como é amigo antigo de Serra, deve firmar-se no posto. E, como diria o falecido governador Adhemar de Barros, é melhor tê-lo dentro, atirando para fora, do que fora, atirando para dentro.

CINQUENTA ANOS DEPOIS
O presidente Lula, aliás, tem muito em comum com Jânio. Nos dois casos, seu contato é direto com o povo, sem precisar de partidos. E Jânio, como Lula, jamais hesitou em sacrificar algum amigo ou aliado quando isso lhe pareceu conveniente. O senador Aloizio Mercadante, que por ordem de Lula desistiu de uma reeleição provável para uma difícil disputa pelo Governo paulista, que o diga.

SEM FANTASIA
Os partidos de oposição já entraram com várias representações no Tribunal Superior Eleitoral contra o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff, por propaganda eleitoral antecipada. Dilma até agora não sofreu qualquer sanção; Lula já sofreu duas multas, uma de R$ 5 mil, outra de R$ 10 mil - ou seja, nada que o impeça de continuar na campanha. Aliás, já ironizou a decisão judicial, dizendo que se for multado de novo vai levar a multa para que seus partidários a paguem.

A lei que proíbe a campanha antecipada é, sem dúvida, ridícula: quanto menos engessado for o processo eleitoral, melhor. Mas a lei existe e está valendo. É preciso, então, lembrar a frase do folclórico e competente treinador argentino Nelson Filpo Nuñez, que dirigia o Palmeiras. Num jogo decidido por pênaltis, o goleiro palmeirense Leão reclamou do goleiro adversário, que segundo ele estava se mexendo antes da cobrança. Filpo ensinou: "Se ele está se mexendo é porque o juiz está deixando. Então, mexa-se também!"

HISTÓRIA VIVA
A Rede Record estuda o lançamento de uma minissérie sobre o ex-presidente Jânio Quadros, no ano que vem. O professor Nelson Valente, estudioso da vida de Jânio e seu ardente admirador, deve ser o principal consultor do trabalho. Em 2011, completam-se 50 anos da renúncia de Jânio à presidência.

A GRANDE FESTA
O escândalo da Câmara Municipal de Campinas, SP, com o registro de cenas de sexo pelas câmeras de segurança, pode ser tudo, menos inédito. Os grandes prédios legislativos, com suas amplas salas pouco frequentadas, sempre foram utilizadíssimos para a prática do esporte bretão. Há alguns anos, na Assembleia Legislativa paulista, um grupo de jornalistas se reuniu silenciosamente diante de uma porta mal fechada que se abriu com o vento. Lá dentro, lado a lado, um deputado e um jornalista estavam tão entretidos com duas bonitas funcionárias que nem perceberam a multidão. Algum tempo depois, um parlamentar do PCdoB foi flagrado em ação, com uma segurança casada, por um funcionário que não gostava dele e fez a denúncia. O jornal Notícias Populares deu o caso em manchete histórica: "PCdoB mete o pau na repressão." Houve também o caso da famosa repórter com o famoso parlamentar, surpreendidos nus por uma ex-namorada. Pode haver ação por quebra de decoro. Mas o precedente pode ser perigoso.

MARIA JOANA DA ESQUINA
Atenção para a agenda de Jeany Mary Corner, famosa organizadora de festas: ali há muito sobre o Mensalão. E tudo sobre a vida noturna secreta de Brasília.




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