Brasileiros impõem pressão, mas não derrubam
retranca e são eliminados da Taça Libertadores
Não passou de sonho a conquista do bicampeonato da Libertadores pelo Corinthians. Nesta quarta-feira, no Pacaembu lotado, o time tentou, buscou o ataque o tempo todo, mas caiu nas armadilhas dos argentinos do Boca Juniors, experientes o suficiente para segurar o ímpeto dos brasileiros e o empate por 1 a 1, garantindo a vaga nas quartas de final graças a vitória por 1 a 0, em Buenos Aires.
Agora, o Boca enfrenta o também argentino Newell's Old Boys, que eliminou o rival Vélez Sarsfield após vitória de 2 a 1, ontem, fora de casa.
Os primeiros minutos foram como planejado. A torcida corintiana empurrava e o time correspondia, tentando envolver o Boca. Emerson havia criado bom momento, em lance em que a bola bateu na mão de Marín na área, mas foi Danilo quem chegou mais perto chutando rasteiro, aos 15.
Parecia que seria mais uma daquelas noites memoráveis em que a sintonia perfeita entre torcedores e time faria a diferença, ainda mais depois que Romarinho chegou a marcar, aos 23, mas foi assinalado impedimento inexistente.
Mas Libertadores é Libertadores e enfrentar time argentino não é tarefa das mais fáceis. O sonho virou pesadelo um minuto depois. Na descida ao ataque, Riquelme viu Cássio adiantado e bateu colocado, um golaço, aumentando ainda mais a vantagem do Boca.
O que se viu deste momento em diante era o que os corintianos temiam. O Timão sentiu o golpe e o Boca marcando com eficiência, valorizando a posse de bola e arriscando só quando encontrava espaços. E foi assim que quase ampliou. Aos 32, Riquelme lançou Blandi, que chutou cruzado para grande defesa de Cássio.
A desconfiança que tomou conta dos torcedores corintianos no intervalo acabou com os primeiros movimentos do segundo tempo. Com um minuto, Danilo pegou sobra na área e chutou em cima de Orión. O empate não demorou. Aos cinco, Emerson cruzou na cabeça de Paulinho que não perdoou: 1 a 1.
O Pacaembu explodiu em vibração. A torcida deu show e tentou ganhar o jogo no grito, literalmente. Em campo, aos seis, Orión saiu nos pés de Guerrero para evitar a virada.
A pressão era grande. Aos 14, Paulinho recebeu na área e, com o peito, tocou para grande defesa do argentino. Na sequência, em lance confuso, Gil cabeceou e Paulinho, na pequena área, marcou, mas o árbitro assinalou falta.
Tite mandou o time para o ataque e a pressão continuou. Enquanto os argentinos se livravam da bola, o Corinthians insistia na jogada aérea. Foi então que aconteceu o inacreditável. Aos 30, Pato recebeu na frente do gol, mas se atrapalhou e perdeu gol incrível.
Os instantes finais foram dramáticos. A torcida e o Timão perdiam intensidade e o Boca Juniors mostrou outra vez que a catimba e a experiência podem, sim, derrotar a qualidade técnica.
Reação da torcida emociona e atletas buscam explicações
Memorável ontem a reação da torcida corintiana, que aplaudiu o time de pé mesmo após a eliminação para o Boca Juniors, no Pacaembu. O gesto tocou os atletas, que se sentiram ainda mais culpados por frustrar as expectativas do fãs.
"Fico triste por não ter dado a classificação para essa torcida que merece, deu um show hoje (quarta-feira)", comentou o lateral-esquerdo Fábio Santos, que tentou explicar a derrota. "Tentamos de tudo, mas os erros de arbitragem nos prejudicaram bastante", completou.
Um dos mais assediados na saída do gramado era o atacante Alexandre Pato, que perdeu gol incrível que poderia ter posto fogo no jogo. "Fiz tudo certo, tirei o goleiro, mas na hora de concluir a bola pegou errado e saiu", explicou ele, que evitou crucificar a arbitragem. "Juiz erra como nós erramos. Pena não termos feito gol no primeiro tempo como tínhamos planejado", finalizou. AF
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.