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Lula diz que compra de dossiê foi ‘imoral’ e ‘abominável’
Do Diário OnLine
21/09/2006 | 10:40
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“Imoral”, “Abominável” e “muito grave”. Estas foram as palavras utilizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, para classificar o escândalo em que supostos representantes do PT tentaram comprar um dossiê com informações e documentos que ligariam políticos do PSDB, entre eles o candidato do partido ao governo de São Paulo, José Serra, à ‘máfia das ambulâncias’.

“É grave, lógico que é grave. O fato da pessoa fazer a investigação da vida dos outros, e sobretudo pagar. Você tem que partir do seguinte pressuposto: quando alguém oferecer uma maldade e pede por essa maldade dinheiro, essa pessoa não merece confiança. Esse é o princípio básico de quem tem que agir com honestidade, sobretudo de alguém, que participa de uma campanha como a minha.”

Durante entrevista na manhã desta quinta-feira ao programa Bom Dia Brasil (Rede Globo), Lula falou sobre o caso que pode abalar sua campanha na reta final das eleições. Ele deixou claro que as medidas cabíveis ao presidente da República foram tomadas, como o afastamento dos suspeitos de envolvimento com o caso. “A pessoa cometeu um erro, qualquer que seja ele, pequeno ou grande, eu afasto ele”, disse o presidente.

De acordo com ele, no entanto, não cabe investigar ou julgar essas pessoas, mas sim à Justiça e à PF (Polícia Federal). “É o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça que vão tomar conta da situação. Não é o presidente da República. Até porque não é papel do presidente da República fazer julgamento”, declarou.

Especificamente sobre o afastamento do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), da sua campanha, Lula apenas disse que sua decisão não significa que ele (Lula) considere seu companheiro de partido culpado pelo dossiê. “Quando eu afasto um companheiro como Ricardo Berzoini, não é porque acho que ele tem culpa ou está envolvido. É porque eu não posso, faltando dez dias de campanha ter um coordenador que vai passar 10 dias respondendo pelo dossiê.”


Mercadante – Ao comentar sobre o afastamento de Hamilton Lacerda, assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Lula afirmou que colocaria a “mão no fogo” pelo co-partidário. “Eu conheço o Mercadante. Duvido e coloco minha mão no fogo que ele concordasse com uma coisa como essa”, disse o presidente.


Outros escândalos – Com relação aos outros escândalos que eclodiram durante seus quase quatro anos de governo, Lula disse que tudo o que foi descoberto até hoje foi investigado. “Houve a concretização daquele denúncia, nós afastamos e investigamos a pessoa. Por isso nós reequipamos a PF (Polícia Federal), preparamos melhor a inteligência da Polícia Federal, contratamos mais gente. Por isso o Ministério Público tem independência como jamais teve na história do Brasil para que possa investigar tudo”, declarou Lula, que ficou irritado ao ser questionado sobre o desempenho da PF no caso dossiê.

"Como é que eu vou saber por que o delegado procedeu assim ou não? Não posso saber. Eu penso que o delegado tem que responder à sociedade brasileira não apenas a questão do dinheiro, da origem, para que esse dinheiro, o conteúdo desse dossiê, porque é preciso que a sociedade saiba tudo", disse Lula.




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