Do Diário do Grande ABC
08/09/1999 | 16:08
O Plano Plurianual (PPA) obrigou o
governo a rever as metas de reforma agrária. Segundo o
presidente do Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma
Agrária (Incra), Nélson Borges, o valor dos investimentos em
reforma agrária no PPA ficou R$ 2 bilhoes abaixo do que os
técnicos haviam proposto e o número de famílias assentadas vai
ficar menor. O governo espera assentar cerca de 70 mil famílias
por ano, até 2.002, contando com os recursos do Banco da Terra e
com as mudanças do processo de descentralizaçao. A meta era de
assentar 80 mil famílias por ano, somente com os recursos do
orçamento.
"Vamos assentar umas 70 mil famílias por ano se a
descentralizaçao funcionar", disse. Este ano, no entanto, fica
mantida a meta de assentar 80 mil famílias. Segundo Nélson
Borges, a área técnica do Incra queria R$ 6 bilhoes para os
próximos três anos e o PPA reduziu o valor total para R$ 4
bilhoes. "Isso nao é corte", argumentou. "É uma restriçao
orçamentária". Borges afirmou que o governo trabalha com a
perspectiva de reduzir ainda mais os gastos com compra de terra.
Outra expectativa é que os estados comecem a aplicar mais
recursos diretos na reforma agrária, com maior intensificaçao da
descentralizaçao. O presidente do órgao lembrou que Pernambuco,
mesmo nao sendo um dos estados mais ricos, está investindo em
reforma agrária.
Saques - O ministro de Política Fundiária, Raul Jungmann, disse
nesta quarta-feira que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)
vai perder ainda mais apoio da sociedade civil se insistir nos
saques organizados no Nordeste. Jungmann afirmou que pesquisas
feitas pelo ministério no ano passado mostraram que o apoio ao
MST caiu de 60% para menos de 30% no ano passado, quando foram
feitos vários saques na regiao. "Os saques sao uma tentativa
errônea do MST de produzir fato político em cima de um problema
social", disse o ministro.
Segundo Jungmann, o líder do MST em Pernambuco, Jaime
Amorim, nao pode pregar saques de caminhoes e a supermercados do
Nordeste, sob pena de prejudicar pais de família e pequenos
comerciantes. Nesta quarta-feira, o ministro ainda nao havia recebido
informaçoes oficiais sobre queimadas supostamente causadas por
sem-terra, em fazendas no sul do Pará. Segundo informou, serao
firmados convênios entre os ministérios de Política Fundiária e
Meio Ambiente visando proteger a natureza.
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