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Conselhos fazem Stralis evoluir
Wagner Oliveira
Enviado a Florianópolis
24/03/2010 | 07:07
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Embreagem mais macia que a de um automóvel, maior torque, potência e economia. A Iveco ouviu clientes e usuários de extrapesados para desenvolver sua nova linha de caminhões Stralis NR (New Range), que, renovada, chega com a incumbência de ajudar a aumentar a participação da montadora de origem italiana para 10% no mercado de caminhões do Brasil.

São três novos modelos, oito versões e mais de 60 configurações em ampla gama de opções. Os preços variam de R$ 280 mil a R$ 490 mil. A versão de 380 cv continua como entrada, a 410 NR, intermediária, e a 460 NR é topo de linha.

Dirigir um desses Stralis, que disputam o segmento acima das 45 toneladas de PBT (Peso Bruto Total), é constatar a evolução dos cavalos mecânicos, projetados com cabines amplas e confortáveis, direção simples e prazerosa e sofisticação tecnológica.

Essa é a impressão para quem admira, mas tem rara oportunidade de conduzir uma dessas máquinas, voltadas para várias aplicações - cargas fracionadas, combustíveis, minério e produtos agrícolas, entre outras. Os modelos 460 NR e 410 NR vêm com três versões de tração: 6x2, 6x4 e 4x2. O 380 NR está disponível nas versões 4x2 e 6x2.

A Iveco afirma que a nova linha Stralis entrega o maior torque em cada uma de suas faixas de potência - 380 cv, 410 cv e 460 cv. Segundo a montadora, o modelo 460 NR é o caminhão pesado mais possante da América Latina, atingindo torque de 229,4 mkgf entre 1.500 e 1.900 rpm.

Maior torque significa menor perda de velocidade em subidas, menos trocas de marchas e, consequentemente, economia de combustível. "Essas foram algumas das muitas observações que buscamos aprender com os clientes", afirmou Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America.

Também como sugestão, a Iveco ampliou o intervalo das revisões - o número de checagens caiu pela metade em dois anos de utilização. Tanque de alumínio de 900 litros, aerofólios e opcionais (como geladeira) permitem customização.

Todos os modelos Stralis vêm equipados com nova transmissão ZF, cuja relação de marchas foi reduzida e otimizada para aplicações no transporte brasileiro. O sistema de embreagem foi redesenhado e ficou 40% mais macio que o anterior. Desenvolvida em Sete Lagoas (MG), a embreagem já tem pedido de patente mundial.

O sistema de freio motor ficou mais potente com a adoção intarder, sistema integrado à transmissão. Outra novidade é a telemetria frota fácil, que permite monitorar caminhão e motorista. A ferramenta possibilita o controle dos custos operacionais. Para acioná-lo, basta conectar-se à entrada USB no painel. As informações podem ser lidas, inclusive em forma de gráficos, em um laptop.


Indústria recupera mercado

Depois de 2009, ano em que foi registrada queda de até 15% nas vendas e de 40% nas exportações, a indústria nacional de caminhões dá sinais claros de recuperação. No primeiro bimestre, o licenciamento de veículos de carga cresceu 38,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção cresceu 66,5% entre janeiro e fevereiro em relação aos dois primeiros meses de 2009.

No primeiro bimestre deste ano, foram produzidos 25,1 mil caminhões contra 15,1 mil no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, as fabricantes não deram conta de atender a todos os pedidos.

De acordo com o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, atrasos na liberação de financiamentos pelo Finame, programa de financiamento do governo federal com juros menores que os de mercado, seguraram as vendas que deveriam ter sido concretizadas no fim do ano passado.

Normalizado o Finame, as montadoras receberam maior demanda, principalmente em fevereiro. Com isso, alguns modelos já começam a enfrentar filas de espera de até 40 dias.

Com a procura aquecida, a indústria trabalha com a perspectiva de mercado interno de 130 mil unidades em 2010, o que seria recorde. Em 2008, ano de maiores vendas até então, foram vendidas 124 mil unidades.

O presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, disse que a empresa decidiu apostar no País como um dos mercados-chave no mundo. "Confiamos no potencial da economia brasileira", afirmou.

A indústria de caminhões só cresce quando a economia de um País vai bem, pois o produto é essencial para a movimentação de bens e valores.

"Num cenário otimista, o mercado brasileiro pode crescer 10% ao ano até 2016", previu Mazzu, que acredita que o segmento de pesados será estimulado pelas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Olímpiada e Copa do Mundo. W O




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