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Ex-sócio bloqueia 20% do faturamento de Brown
Do Diário do Grande ABC
12/10/1999 | 15:20
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O músico Carlinhos Brown terá de destinar, a partir dessa semana, 20% do que ganha em shows, discos, comerciais e blocos carnavalescos ao seu ex-sócio Cícero Menezes, que obteve liminar nesse sentido na 15ª Vara Civel de Salvador ontem (11). Ele está processando Brown, por tê-lo afastado da empresa Pracatu (que cuida dos negócios do músico) e quer receber atrasados dos últimos seis anos. "Brown pensa que é um faraó e o Egito é a Bahia", ironiza Menezes, usando o refrao de um dos últimos sucessos do músico.

Brown e Menezes eram muito amigos no início da carreira do percurssionista. Os dois decidiram fundar a Pracatu em 93 para administar os negócios do artista.

"Entrei com o trabalho braçal e Brown com a música", lembra Menezes, informando que o contrato da empresa garantia 80% do faturamento para o músico e 20% para ele. "E aí entrava tudo: o bloco Timbalada, as apresentaçoes, os discos e até a participaçao nos comerciais de Carlinhos Brown", contou. Segundo ele, em 97, Brown insistiu para que o sócio tirasse férias. "Quando retornei, encontrei o contrato da Pracatu modificado, com o irmao de Brown, Maurício Freitas no meu lugar". Na alteraçao contratual, registarada na Junta Comercial da Bahia, o músico garante que num prazo de um ano, pagaria uma indenizaçao a Menezes.

"Como isso nao ocorreu resolvi procurar os meus direitos na Justiça". Na açao, além dos atrasados, Menezes quer a cobrança dos 20% no faturamento de Brown até o ano 2006 como reza o contrato da Pracatu. A liminar deferida pelo juiz Moacir Montenegro, determina que a parte do reclamante seja depositada em juízo até o julgamento do mérito da açao. Menezes acredita que o ex-sócio tem um dos maiores faturamentos entre os artistas na chamada Axé Music. "Somente no ano passado, o Bloco Timbalada captou entre a venda dos carnês e patrocínio cerca de R$ 1,24 milhao", calcula, informando que fora isso, os cachês da banda Timbalada variam de R$ 25 a 50 mil por apresentaçao e os famosos ensaios do bloco, no Candeal Guetho Square, rendem por domingo uma média de R$ 45 mil.

Menezes, que é autor junto com Brown do sucesso "Margarida Perfumada", disse lamentar ter precisado recorrer à Justiça. "Nos dávamos muito bem, mas creio que Brown nao foi correto comigo", disse, informando que, no momento, passa por dificuldades financeiras. "Tive que voltar a morar com minha mae", contou.

Tanto o músico Carlinhos Brown como sua assessoria nao foram encontrados hoje na capital baiana para comentar o caso. Nao é a primeira vez que o percurssionista, considerado o artista mais talentoso da nova geraçao de músicos da Bahia, enfrenta problemas por falta de uma boa assessoria.

No início do ano ele foi condenado pela Justiça baiana por obscenidade, por ter tirado a roupa em cima de um trio elétrico no carnaval do ano passado.

Sua pena foi convertida em multa, equivalente a 25 cestas básicas que ele teve de levar pessoalmente a um orfanato de Salvador.




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