Estava na hora de Vin Diesel parodiar a si mesmo. Alçado a sucessor de Arnold Schwarzenegger nas veredas do cinema de ação, o astro careca persegue as pegadas do mestre que, depois de consolidado, também brincou com sua própria figura de machão que soluciona no tapa tanto crises internacionais quanto problemas domésticos. Eis Operação Babá, primeiro filme de Diesel, ator de Velozes e Furiosos e Triplo X, em que ele demonstra que também sabe rir do arquétipo que o consagrou. A comédia, de Adam Shankman, estréia nesta sexta em cinco salas da região.

Seu papel é de um fuzileiro naval com largo currículo de intervenções em guerras civis e conflitos internacionais. Paralelamente, um cientista é atacado por terroristas sérvios, interessados em tomar posse de uma invenção sua, um mecanismo capaz de controlar todas as armas nucleares do mundo. Soldado de elite, Shane Wolfe (nome do personagem de Diesel) é incumbido de proteger os cinco filhos da vítima, alvos em potencial dos terroristas, enquanto a mãe das crianças ruma para um banco na Suíça onde estão segurados os segredos do marido.

Você já viu enredo parecido em Um Tira no Jardim da Infância, protagonizado justamente por Schwarzenegger? Já. E você também já viu algo muito semelhante em A Noviça Rebelde e Mary Poppins, mas nunca revestido pela persona de brutamontes criada pela filmografia de Diesel, incrementada pela voz tonitruante e pela desenvoltura de andróide do ator.

Operação Babá obteve um sucesso considerável nas bilheterias norte-americanas ao arrecadar US$ 110 milhões, praticamente o dobro de seu orçamento, a despeito das previsões que já o classificavam como fiasco; afinal, comédia familiar protagonizada por Vin Diesel só poderia ser piada. Contudo, há situações interessantes no movimento de desmitificação do herói via gargalhadas, como a cena em que um dos garotos protegidos por Shane Wolfe lhe pergunta se ele precisa usar sutiã para sustentar o tórax de He-man, forjado por horas de maromba.