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Cazaquistao proíbe lançamento de mísseis com carga tóxica
Do Diário do Grande ABC
28/10/1999 | 16:54
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O Cazaquistao proibiu nesta quinta-feira o lançamento de mísseis russos do centro espacial de Baikonur depois da nova queda, nessa quarta-feira, de um míssil Próton cujos restos causaram graves prejuízos ecológicos em seu território, informaram os especialistas.

Foram proibidos os lançamentos até o esclarecimento das causas do acidente, o segundo envolvendo um míssil de tipo Próton em menos de quatro meses, declarou o primeiro-ministro cazaque Kasymjonart Tokaiev.

A Rússia faz a maior parte de seus lançamentos desde Baikonur, base alugada da república de Asia central depois da dissoluçao da Uniao Soviética.

Um foguete carregado com um satélite russo de comunicaçoes que deveria transmitir sinais para a empresa francesa Alcatel, caiu a nordeste do Cazaquistao 220 segundos depois de seu lançamento, na tarde desta quarta-feira.

Assim como o acidente anterior, ocorrido em 5 de julho passado, uma avaria no segundo estágio do míssil provocou o acidente. A televisao russa mostrou um fragmento do míssil caído no pátio de uma casa de um povo próximo a Karaganda (a nordeste), sem deixar vítimas.

Em meados do ano, o primeiro-ministro proibiu os vôos russos desde Baikonur durante sete semanas, depois de um acidente similar que contaminou uma parte de seu território, informaram as autoridades cazaques.

O Cazaquistao mostrou-se seriamente preocupado com o estado técnico dos mísseis russos e reivindicará uma "compensaçao mais importante que a anterior". A primeira indenizaçao russa chegou a 270 mil dólares. Especialistas independentes de Moscou garantiram esta quarta-feira que os Próton "sao os mísseis russos mais perigosos".

Trinta e três dos 260 lançamentos realizados desde 1965 falharam, segundo os especialistas. Uma informaçao mantida em segredo até pouco tempo. "Este tipo de míssil é o campeao de quedas", o ex-astronauta russo Serguei Kritchevski, especialista da organizaçao nao-governamental Centro de Política Ecológica. "É o míssil cujas (conseqüências das) quedas sao mais trágicas para o homem e para o meio ambiente por causa do combustível utilizado, cuja toxidade é maior que a dos combustíveis que impulsionam outros modelos de mísseis russos.

A populaçao de regioes inteiras foi afetada por resíduos gerados pelos acidentes, disseram os especialistas. A explosao acidental de um míssil deste tipo causou uma chuva tóxica mil vezes superior à admitida pelas normas, segundo Kritchevski.




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