Políticos do PL do Grande ABC elogiaram a decisão do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, de renunciar ao mandato de deputado federal. Para eles, foi correta a atitude do ex-parlamentar de assumir a responsabilidade pelo uso de caixa 2 com recursos do PT para campanhas eleitorais.

"Todo político que assume que errou tem que tomar uma decisão, e a dele foi correta", ponderou o prefeito interino de Mauá Diniz Lopes, segundo secretário do PL nacional e presidente da sigla no município. Diniz explica, contudo, que Costa Neto não será substituído no comando da legenda. "Ele abriu mão do mandato, mas continua presidente apesar da renúncia."

Outro deputado federal liberal, Edinho Montemor, de São Bernardo, considerou a atitude de Costa Neto "digna e corajosa". Montemor ressaltou também o trecho no discurso de despedida do liberal onde ele fala de inversão de valores. "De repente, um delinqüente como o Roberto Jefferson passa a ter crédito. O Brasil não merece isso." Perguntado sobre o clima interno do partido em Brasília e na região, Montemor disse que aguardará o desenrolar dos fatos.

O aumento no tom das críticas partiu do presidente do PL de São Bernardo, deputado estadual Orlando Morando. "O Valdemar teve a postura devida, não vou dizer correta." Para Morando, o ex-deputado apenas fez "o que todos os envolvidos (no escândalo do mensalão) deveriam fazer". Ele avalia que a decisão de Costa Neto traz riscos para o partido, que pode sofrer um esvaziamento.

O liberal de São Bernardo faz questão de frisar que nunca teve nenhum envolvimento pessoal ou financeiro com Costa Neto, e que seu relacionamento com ele era "institucional". Morando afirma que somente esteve com o presidente do partido em dois eventos públicos: na posse como presidente do PL de São Bernardo e durante convenção da campanha do prefeito de São Bernardo e candidato à reeleição à época, Willian Dib. "Não posso nem dizer que lamento a renúncia", declara.