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Contadora é presa em S.Bernardo
Adriana Gomes
Do Diário do Grande ABC
28/09/2005 | 08:23
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Uma denúncia conjunta por parte de uma funcionária do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e de um morador de São Bernardo levaram à prisão da contadora Sueli Martins Scalabrin, 43 anos, acusada de embolsar o dinheiro do cliente – que contratou serviço para dar entrada no processo de aposentadoria – sem encaminhar efetivamente a documentação do requerente. A farsa foi descoberta quando A., 52, desconfiou que o encaminhamento de sua aposentadoria estava estagnado e foi pessoalmente ao posto do INSS na cidade. Lá, a funcionária cujo nome constava nos carimbos da documentação do aposentado reconheceu a farsa. Ela notou que o carimbo não apresentava configuração oficial e que o cargo mencionado não era o correto.

A funcionária do INSS também notou que os recibos em posse do aposentado eram falsos e explicou a ele que o INSS não recebe taxas, as quais devem ser recolhidas em bancos. A. já havia desembolsado aproximadamente R$ 2,5 mil com o processo. Sueli, que mantinha o escritório da SMS Assessoria Contábil em sua residência, na rua Botucatu, bairro Jordanópolis, não tem antecedentes criminais. Valter Pizzi Junior, advogado que a representa, afirma que a cliente é inocente. "Ela não cometeu crime algum, mas exercerá o direito de ficar em silêncio e só se manifestar em juízo", afirmou nesta terça, enquanto acompanhava a acusada no 5º Distrito Policial de São Bernardo, no bairro Paulicéia.

O delegado titular do distrito, José Nemi Júnior, informou que ainda não existiam outras queixas contra a contadora até terça, mas que a investigação apurava outros detalhes relativos à atuação de Sueli Scalabrin, contadora com curso superior que, segundo o advogado Pizzi Junior, exerce a profissão há 12 anos. A., vítima da fraude, informou à polícia que conheceu a contadora por intermédio de uma pessoa sobre a qual não quis dar mais detalhes.

Após o registro das queixas da funcionária do INSS e do homem que requereu a aposentadoria, a polícia foi à residência-escritório de Sueli com mandado de busca e apreensão. No local, encontrou os formulários e carimbos que teriam facilitado a fraude que vitimou o aposentado e que também justificaram o flagrante da profissional. Em um dos carimbos, aparecia o nome de um advogado que, ao ser contatado pela polícia, afirmou que não autorizou o uso do seu nome e a posse do carimbo por terceiros, o que caracteriza apropriação criminosa. "Não sabemos ainda qual a serventia desse carimbo, mas uma das suspeitas é que ela (Sueli) utilizasse isso para registro de firma", adiantou o delegado Nemi Júnior.

No cartão da contadora, consta que a empresa SMS Contábil oferece serviços de aberturas, alterações, regularização e encerramento de empresa, além de contabilidade em geral, certidões e declarações físicas e jurídicas.

Falsificação – Neste primeiro momento, Sueli Scalabrin será indiciada apenas pelo crime de manter apetrechos para falsificação. "As outras acusações relacionadas a estelionato e indução de pessoa a erro serão apuradas em outro inquérito", explica o delegado Nemi Júnior.




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