Setecidades Titulo Vacinação
Região tem 11,7 mil pessoas que
não voltaram para receber 2ª dose

Há 25 dias a evasão era de 14 mil e as prefeituras admitem dificuldades para encontrar moradores que iniciaram o esquema vacinal

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
08/05/2021 | 22:54
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Nario Barbosa/DGABC


Seis das sete cidades do Grande ABC – Mauá não divulgou as informações – somam 11.775 faltas na aplicação da segunda dose das vacinas contra a Covid. Há 25 dias, a região mantinha 14 mil ausências, ou seja, em menos de um mês os municípios, mesmo com busca ativa, não conseguiram fazer com que todos os moradores imunizados retornassem para finalização do processo de proteção.

O pior cenário de absenteísmo é em São Bernardo, já que 3% da população que recebeu a primeira dose (foram 141.031 aplicadas até quinta-feira, quando a Prefeitura fez o levantamento) não retornaram, o que representa 4.231 munícipes. Na sequência, aparece Diadema com maior número de faltas, registrando 3.700 pessoas que não voltaram para finalizar o processo.

Santo André registrou 1.650 faltas, o equivalente a 1% das 163.969 vacinas ministradas até quinta-feira. Já São Caetano não aplicou a segunda dose em 1.394 munícipes, seguida de Rio Grande da Serra (712) e Ribeirão Pires (88).

De acordo com o diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) Renato Kfouri, a taxa de abandono é vista em todo o País, chegando a 30% em alguns Estados brasileiros. “Infelizmente nossas coberturas vacinais para a segunda dose não andam tão boas. É importante destacar que estamos falando de uma vacina que, em todas as opções disponíveis para a Covid no Brasil, a imunização é feita em duas doses. Não se trata de reforço. Há um erro conceitual ainda, onde as pessoas têm a sensação de que a primeira dose já protege e a segunda é um reforço e não faz tanta diferença”, lamentou o especialista.

O diretor da SBIm garante que, sem as duas aplicações, a proteção contra a Covid fica comprometida, já que não alcança sua totalidade de eficácia. “O esquema primário e básico de proteção, no caso das vacinas contra a Covid, é de duas doses sempre. Uma só aplicação não confere a proteção prometida pelos laboratórios”, reafirmou Kfouri, pontuando ainda que, embora somente uma aplicação já faça com que o organismo crie sistemas de anticorpos, sem a segunda não se alcança proteção contra o vírus.

Além disso, Kfouri explicou que os intervalos distintos entre as duas doses – sendo de 90 dias para as vacinas de Oxford e Pfizer e de 21 a 28 dias para a Coronavac – podem, também, confundir. “Claro que as pessoas que não tiveram a oportunidade de fazer a aplicação da segunda dose dentro do prazo (por esquecimento, falta de vacinas ou doenças no intervalo) agora se questionam se devem, ou podem fazer (a aplicação). Mas, mesmo fora do prazo, a segunda dose tem de ser feita” esclareceu, ressaltando a importância da finalização também aos que não retornaram por opção.

As cidades do Grande ABC, porém, garantem que continuam investindo em busca ativa para que os munícipes compareçam aos pontos de aplicação. As administrações realizam espécie de recrutamento, seja por telefone, mensagem, ou publicações constantes nas redes sociais salientando as datas de retorno e a importância de não deixar de finalizar o esquema de proteção. Mesmo assim, as prefeituras destacam que não se pode obrigar o indivíduo a comparecer à campanha.

NO ESTADO
O governo do Estado fez na sexta-feira alerta para as mais de 400 mil pessoas que ainda não compareceram aos postos de vacinação para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid. Os dados consolidados até quinta-feira mostram que 400.958 pessoas que já receberam a primeira dose dos imunizantes disponíveis ainda precisam completar o esquema vacinal. O total inclui 101.753 pessoas que tomaram a vacina da Fiocruz (Astrazeneca/Oxford) e outros 299.205 referentes à vacina do Butantan (Coronavac). 




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