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Ribeirão planeja ampliar asilo para moradores de rua

Local, mantido pela Prefeitura, conta com 35 vagas e cidade tem 54 pessoas em situação de vulnerabilidade; reforma visa criação de canil

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
24/02/2021 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A Secretaria de Assistência Social e Cidadania de Ribeirão Pires busca solução para problema antigo e que se agravou com a chegada da pandemia e a crise econômica: o número crescente de moradores de rua. Segundo a Prefeitura, atualmente são 54 pessoas na cidade que vivem nestas condições e parte recebe apoio da casa de acolhida, localizada no Tanque Kaio, na Quarta Divisão. Só que o local tem apenas 35 vagas e a ideia da pasta é envolver outras secretarias para conseguir ampliar o serviço.

As 35 vagas disponibilizadas pela Prefeitura podem ser de longa permanência, ou não, de acordo com a necessidade e também escolha de cada morador de rua. Os abrigados podem sair do endereço a qualquer momento e a casa funciona 24 horas de portas abertas para receber quem esteja interessado na ajuda.

Entre as melhorias propostas pela secretaria estão a reforma da casa e a criação de um canil para abrigar os animais de companhia dos moradores de rua – hoje os bichos podem entrar, porém, ficam soltos. Há também a ideia de parceria com as secretarias de Turismo e Desenvolvimento Econômico e Educação para que as pessoas em situação de rua possam passar por formação acadêmica e profissional, além de firmar convênios com empresas para que eles sejam reinseridos no mercado de trabalho.

Secretário de Assistência Social e Cidadania, Leonardo Biazi disse que na semana passada foi realizada reunião com representantes da secretaria de Saúde, além de integrantes da GCM (Guarda Civil Municipal), Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Aciarp (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires) e funcionários da Associação Acolhida com Esperança da Grande São Paulo, conhecida como Casa de Acolhida. “A ideia é melhorar o atendimento prestado aos moradores de rua em sua totalidade, desde o acolhimento até o encaminhamento. É preciso acompanhamento dos casos, onde possamos trabalhar a autonomia destas pessoas, avaliando questões de saúde mental, vínculos familiares, entre outros aspectos que impactam na prestação de serviços de diversos setores públicos municipais”, explicou Biazi. “Em janeiro fizemos desinfecção de toda a casa e trocamos os colchões”, completou.

Três vezes por dia o carro da acolhida passa pela cidade recrutando moradores de rua para a casa. Até ontem, o endereço, que mais parece uma chácara, mantinha sua lotação máxima de 35 pessoas, sendo quatro mulheres. Lá eles têm quatro refeições diárias, dormitórios, jardim, refeitório, e na próxima semana será inaugurada uma horta comunitária, na qual os moradores poderão plantar, cuidar e colher legumes para consumo próprio. Os dormitórios são separados, sendo que o feminino (com banheiro) fica em casa distinta – os quartos masculinos são desmembrados para idosos, além de haver quarto exclusivo para isolamento em caso de sintomas gripais.

Atualmente a Prefeitura financia todo o serviço, que custa R$ 32,7 mil por mês, e conta com auxílio do Fundo Social para doação de parte dos alimentos. Na casa há assistente social e psicólogo, que prestam atendimento ao longo do dia, além de faxineira, dois cozinheiros e coordenadoria.

Como a maioria dos moradores em situação de rua é dependente químico ou alcoólico, com vínculos familiares rompidos ou inexistentes, a casa busca localizar os parentes, além de prestar atendimento de recuperação contra os vícios.

Morador da casa desde dezembro, Danizau Gloudas Ferreira Santana, 57 anos, perdeu contato com seus parentes e os quatro filhos. Vivendo nas ruas de Ribeirão Pires desde os 30 anos, ele conta que se envolveu com drogas e com o crime (teve cinco passagens pela polícia), e que no abrigo pôde se tratar do vício e ser bem cuidado. “Aqui só tenho a agradecer. A casa é maravilhosa e os funcionários também”, confirmou. 




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