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Caro vereador de Mauá
Por Mateus Prado
28/02/2011 | 07:21
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Na última semana, o PT de Mauá reuniu seu diretório para discutir a crise em que se encontra a administração do prefeito Oswaldo Dias. Lamentavelmente, ao invés de propor soluções que pudessem tirar a cidade do completo abandono em que se encontra, dirigentes partidários preferiram procurar culpados pelo desgaste público que passa o prefeito, sua administração e seus aliados.

A maior parte das falas no encontro foi no sentido de responsabilizar agentes externos ao centro decisório do governo (família Dias e Zé Luiz) pela baixíssima aprovação popular ao atual governo. Dentre os culpados, foram apontados a imprensa, a ‘direita' e até a própria militância.

Os militantes, que são o grupo que de fato construiu aquele partido, foram acusados de serem tímidos na defesa do governo. Tudo besteira. A crise do governo está relacionada ao seu centro decisório. Oswaldo não tem nenhuma capacidade de formular e implantar políticas públicas. Além disso, isola seus melhores quadros. Ótimo secretário de Serviços Urbanos, do último governo, hoje está isolado na Cultura. Oswaldo atrapalhou a eleição a prefeito de Márcio Chaves, um dos melhores quadros do PT, impediu sua recandidatura e depois o deixou fora do secretariado.

Neste encontro, meu nome foi citado várias vezes, pelo prefeito e por outros dirigentes partidários. Quero me atentar à fala do vereador petista, e líder do governo Oswaldo Dias, Rômulo Fernandes. Segundo o vereador Rômulo, eu sou ameaça ao governo de Oswaldo por, além de entender de governo e escrever bem, estar "a serviço da direita". Não, caro Rômulo, não é porque aponto as contradições do governo de Oswaldo que sou agente ultrassecreto da família Damo. Nem porque aponto as contradições da família Damo que sou agente ultrassecreto da família Dias.

Outra coisa a ser considerada é o que Oswaldo e seus amigos entendem ser ‘esquerda'. Tenho claro que, de ‘esquerda' são os homens públicos que adotam políticas capazes de distribuir renda. Olha, desviar da Educação, que em tese melhora a qualidade de vida, cerca de R$ 10 milhões, ajudar as empresas amigas, cuidar somente do Centro da cidade, negar-se a atender a população desabrigada e rir, em cadeia nacional, do desastre que assolou a cidade, enquanto a maioria do secretariado estava viajando, não são exatamente de governo que se possa caracterizar como de ‘esquerda'. Parece-me de ‘direita'.

 

Mateus Prado é presidente do Instituto Henfil.




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