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O menino Pelé chega a São Paulo

O Memofut tem falado muito sobre Pelé, e o homenageado, destacando-se aprimeira viagem do futuro ‘Rei do Futebol’ à Vila Belmiro, via Estação da Luz, levado por Waldemar de Brito

Por Ademir Medici
29/10/2020 | 00:01
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"(Em 21 de março de 1954) Nós enfrentamos o Flamengo da Vila Mariana, campeão infantojuvenil em São Paulo. Esse jogo foi incrível. Terminou com vitória nossa por 12 a 1. Doze! Foi o primeiro jogo que o Pelé fez na Capital de São Paulo.

Ele era um menino, com 13 para 14 anos de idade, e marcou cinco gols. Foi destaque aqui no jornal de Bauru. Ali já pintava o grande artilheiro que ele foi.”

Aniel Chaves, um dos primeiros amigos de Pelé em Bauru (blog da ESPN). 

“Em 26 de agosto de 1956, Pelé estreou no time amador do Santos num amistoso com o Vasquinho santista. O Santos venceu por 6 a 2, com dois gols de Pelé, formando a dupla de área com o célebre Raimundinho.

Max Gehringer, do Memofut

No jogo de 1954 na Rua Javari, Pelé foi barrado pelo porteiro do estádio depois de ter saído para comprar amendoim. 

Mas o que despertou as atenções do Memofut neste ano de 2020 dos 80 anos do Rei foram os primeiros momentos de Pelé em São Paulo e Santos, para fazer testes na Vila Belmiro. 

A conversa é aberta pelo coordenador do Memofut, numa troca de e-mails que começa a ser mostrada hoje e que pode e deve ser eternizada nos anais do Grupo de Literatura e Memória e no Museu do Futebol.

Quieto, tímido e educado

Texto: Alexandre Andolpho

Em julho de 1956, conforme o Max mostrou, Pelé foi contratado pelo Santos. No mês seguinte faria o primeiro jogo pela categoria de base e, em setembro, pelo time principal.

Reza a lenda que Waldemar de Brito teria viajado com Pelé, para que o então adolescente se apresentasse ao clube.

Mauro, primo-irmão da minha mãe – o pai dele era irmão de meu avô e a mãe, irmã da minha avó –, e sua noiva Doroti residiam em São Paulo à época. O cunhado de Doroti, Antonio Pereira Pinto, era colega de trabalho de Dondinho (pai de Pelé), e vinha todos os meses de Bauru a São Paulo, trazendo relatórios para o Instituto Biológico. Dondinho teria pedido a Antonio que acompanhasse Pelé na viagem, pois na manhã seguinte o filho se apresentaria ao Santos.

UM DEPOIMENTO

Antonio prometeu a Dondinho que levaria Pelé para a casa da sogra (Rosa Biondo) e em seguida o colocaria em um ônibus com destino a Santos. Segue o relato de Doroti sobre a visita: Em casa, minha mãe fez o jantar enquanto meu cunhado (Antonio) e meu noivo (Mauro) foram bater um papo com o menino, muito quieto e tímido mas educado. 

O rapaz respondeu a Mauro que jogava no Bauru AC, recebia muito pouco e no Santos ganharia muito mais. 

O papo continuou até depois do jantar e aí eu, meu noivo e meu cunhado levamos Pelé para embarcar no ônibus ‘da Expresso Brasileiro’ rumo a Santos. 

No momento do embarque, meu cunhado pediu ao chofer que ‘olhasse’ o garoto até a chegada a Santos. Pelé nos agradeceu, apertou nossas mãos e nós lhe desejamos muito boa sorte!

SUPOSIÇÕES

A história tem uma ponta solta. Doroti mencionou que esse encontro se passou em setembro de 1957, o que não parece crível. 

Naquele momento Pelé já era profissional e o bate-papo na casa de dona Rosa não faria mais sentido. Talvez Doroti tenha se enganado com a data. Ela e Mauro garantem que o encontro ocorreu. Acho difícil terem inventado a história. 

Será que Waldemar de Brito não o acompanhou na viagem? Ou já o esperava em Santos? Ou viajou depois?

Em 2021 vou viajar para Bauru e tentarei obter mais detalhes dessa história.

Uma livraria

Texto: Alexandre Takara

Anterior à Livraria Siciliano e ao Bazar Belletato (Memória, Ausa, 26 de outubro de 2020), havia outra – Marcatto, à Rua Senador Flaquer, 175, em frente ao Banco do Brasil. Lá comprava meus livros na década de 1950 e seguintes, como os romances de Érico Veríssimo e as obras de Somerset Maughan, então no auge da fama, autor de O Fio da Navalha e A Condição Humana, e Synclair Lewis.

Era uma livraria especializada em literatura. Se desejasse comprar livros de não ficção, tinha de dirigir-me à Capital.

Explico: até 1953, não havia faculdade, portanto, eram poucos os que liam tratados (de qualquer cousa).

A primeira faculdade foi a de Ciências Econômicas e Administrativas, criada por lei municipal em agosto de 1953 e autorizada a funcionar em maio de 1954.

Diário há meio século

Quinta-feira, 29 de outubro de 1970 – ano 13, edição 1371

Manchete – Prossegue o estado de sítio no Equador

ABC – Prefeitos visitam a Faculdade de Medicina. Newton Brandão (Santo André), Aldino Pinotti (São Bernardo) e Oswaldo Massei (São Caetano) são recebidos pelo presidente da FUABC, Dr. Enzo Ferrari.

Ribeirão Pires – Vereador Antonio dos Santos solicita ao prefeito Antonio Simões iluminação pública para a Vila Aurora.

Em 29 de outubro de...

1920 – Anúncio no Estadão: carvoeiros. Procuram-se três turmas para grande fabricação perto da Capital. Ofertas: caixa postal 825, São Paulo.

Nota – A produção de carvão era intensa no futuro Grande ABC. Há histórias, estatísticas e fotos diversas de carvoeiros em ação, o que significa que o anúncio poderia referir-se à nossa região.

Hoje

Dia Nacional do Livro

Dia Mundial de Combate a Psoríase

Santos do Dia

Narciso de Jerusalém

Abraão de Rostov

CHIARA LUCE BADANO (Itália, Sassello, 1971-1990). Beata. Sua beatificação, em 2010. Foi acompanhada por uma corrente de alegria e entusiasmo juvenil




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