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Sistema pode universalizar tratamento de esgoto

Equipamentos em teste serão instalados onde a coleta não é possível por questões técnicas

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
01/10/2020 | 00:01
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A BRK Ambiental, concessionária responsável pelos serviços de esgoto em Mauá, testa desde o início do ano, na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da cidade, dois protótipos do sistema johkasou, ou sistemas aerados unifamiliares, método japonês para o tratamento de esgoto de forma compacta. Segundo a empresa, com esse equipamento o esgoto doméstico das residências ou de pequenos estabelecimentos podem ter tratamento com eficiência acima de 90% de remoção da DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), que caracteriza o nível de poluição do esgoto, além de desinfecção.

A ideia da empresa é usar esse sistema para otimizar e universalizar o serviço na cidade, como alternativa para atender imóveis em que o nível das redes coletoras está acima do nível da ligação de esgoto, denominados tecnicamente de “soleira negativa”, ou ainda para aqueles localizados em áreas afastadas ou rurais, onde não é possível a implantação de redes coletoras e tratamento do esgoto pelo método tradicional. No município, a concessionária coleta 93% do esgoto e trata 84% desse volume.

De acordo com a BRK, os protótipos que estão sendo testados demonstraram “muita eficiência” na remoção da carga orgânica presente no esgoto. Os modelos analisados têm capacidade para tratamento de 800 litros de dejetos por dia, que atendem cerca de cinco pessoas, ou 1.600 litros por dia, para um local com dez pessoas.

O sistema pode substituir as fossas sépticas, usadas quando não há conexão à rede coletora de esgoto. “Quando comparado com fossas sépticas, o sistema johkasou, além de ter preço competitivo, instalação fácil e pouca manutenção, é uma solução para promover um efluente tratado de alta qualidade sem agredir o meio ambiente, evitando contaminação do solo e lençóis freáticos”, explicou o gerente de operações da BRK Ambiental em Mauá, Bruno Gravatá.

A expectativa da empresa é a de que os testes sigam até dezembro, podendo ser prorrogados se houver necessidade, mas ainda não há estimativa sobre o custo de instalação dos equipamentos. “A área operacional da concessionária entende que ainda é cedo para indicar o início da tecnologia em imóveis do município, assim como prever custos para a instalação. Dependemos ainda de mudanças na legislação brasileira para que a tecnologia testada possa ser adotada para residências”, completou o gerente.

Apesar de ainda não existir legislação específica no Brasil, o esgoto tratado no sistema johkasou poderá ser lançado em poço absorvente (sumidouro), vala de infiltração, corpo de água ou sistema público de drenagem (simplificado), mediante autorização do órgão competente.

“Uma provável implantação do sistema johkasou, após mudanças na legislação e viabilidade técnica, torna-se uma solução para promover o saneamento e universalizar o serviço de esgoto no município”, concluiu Gravatá. 




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