Os funcionários dos CDPs (Centros de Detenção Provisória) de Santo André e Mauá entraram quinta-feira em greve e alguns serviços foram paralisados. Nas unidades de São Bernardo e Diadema, que possuem trabalhadores recém-contratados, não houve mobilização e o funcionamento foi normal.

Aproximadamente 300 empregados de Santo André e Mauá, entre agentes penitenciários e portadores de outros cargos, aderiram à determinação do Sinfuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo). No início da semana, a paralisação promovida por outro sindicato da categoria, o Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), não afetou o Grande ABC.

Quinta-feira, na região, foram barradas as entradas de advogados e de oficiais de Justiça com apresentações judiciais (transferência de presos e outras medidas). O banho de sol também foi prejudicado. Entretanto, a entrega de jumbo (comida e roupas) continuou normal. "Se pararmos a entrada do jumbo, os presos decidem rapidamente fazer uma rebelião. Não queremos isso", afirmou um dos grevistas em Santo André.

As reivindicações dos dois sindicatos são as mesmas. Querem aprovação de um adicional salarial de R$ 580, a regulamentação do porte de arma, contratação de mais agentes, aquisição de rádio-comunicadores e a ampliação do treinamento de funcionários.

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) ainda não deu resposta aos sindicatos. Segundo os grevistas, em todo Estado a paralisação atingiu 51 das 144 unidades prisionais. De acordo com a secretaria, a greve atingiu somente 34 centros de detenção e penitenciárias. A greve vai continuar por tempo indeterminado.