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Região ultrapassa as 500 vítimas fatais pelo novo coronavírus

Com 19 óbitos registrados ontem, Grande ABC acumula 512 perdas; integrar Região Metropolitana é o motivo, argumentam secretários

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
27/05/2020 | 00:01
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Pixabay


O Grande ABC ultrapassou ontem a marca de 500 mortes em decorrência do novo coronavírus. Com 19 novos óbitos confirmados nos boletins epidemiológicos das sete prefeituras, a região alcançou 512 perdas em apenas dois meses desde o registro da primeira fatalidade (em 25 de março). São 190 em São Bernardo, 135 em Santo André, 80 em Diadema, 53 em Mauá, 35 em São Caetano, 14 em Ribeirão Pires e cinco em Rio Grande da Serra.

Na visão de alguns dos secretários municipais de Saúde, existem dois motivos principais para uma letalidade tão alta no Grande ABC: a proximidade com a Capital e pertencer à Grande São Paulo. “É esperado (ultrapassar 500 mortes), porque a Região Metropolitana de São Paulo é o epicentro. Tudo o que acontece nesta região se reflete no Grande ABC. Existe intercâmbio muito grande de pessoas por toda esta região, que não tem fronteiras”, opinou a secretária de São Caetano Regina Maura Zetone.

“O Grande ABC é uma região populosa, com áreas bastante adensadas e divisas muito próximas entre municípios. A circulação de moradores entre as cidades é bastante comum, por questões de trabalho e residência, da utilização de serviço diversos, entre outras”, complementou o secretário de saúde de Ribeirão Pires, João Gabriel Vieira.

Parte dos discursos dos outros titulares das pastas de saúde é similar ao adotado pelo secretário de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho. “Para a população do Grande ABC, de aproximadamente 2,8 milhões de habitantes, o número de óbitos está dentro do esperado. Em São Bernardo, 75% dos óbitos concentram-se em idosos acima de 60 anos e em 90% dos casos as vítimas apresentam alguma comorbidade”, afirmou.

Com uma doença que atinge – preferencialmente – pessoas idosas e uma população numerosamente envelhecida na cidade, Regina Maura explicou que os números em São Caetano poderiam ser piores. “Temos 23% dos moradores da cidade acima dos 60 anos, então era esperada letalidade maior. Só não tivemos porque conseguimos controle de doenças crônicas, sistema de saúde organizado e, assim, controlar essa letalidade de maneira adequada.”

São Bernardo, que tem os piores índices de mortes e suspeitos (7.490), além da segunda pior marca de casos confirmados (1.395), foi a que mais proporcionou leitos à população, ampliando a capacidade hospitalar exclusiva para o tratamento à Covid-19. Caso contrário, tendo ainda as maiores população e extensão territorial da região, o cenário tenderia a ser pior. “Conseguimos ampliar nosso complexo hospitalar, que passou a contar com 517 leitos para dar sustentação na pandemia”, disse Geraldo Reple. Por ora, entretanto, 477 estão disponíveis.

Por meio de nota, a Prefeitura de Diadema citou as ações de prevenção e combate que o município adotou, como “restruturação da rede de saúde municipal, aumento de leitos específicos para tratamento de pessoas com suspeita/confirmação de Covid-19, fiscalizações rotineiras para atendimento da legislação, limpeza e desinfecções de ruas e locais com grande fluxo de pessoas, entre outras ações pactuadas com a região do Grande ABC”.

Além dos 512 óbitos, a região contabiliza 5.823 casos confirmados, recorde de 441 novos pacientes infectados pelo vírus. A região tem ainda 13.077 suspeitos que aguardam resultados de exames para terem a confirmação. 




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