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Parlamentares batem cabeça após sessão adiada
Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/10/2011 | 07:03
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Depois da sessão adiada na terça-feira por falta de quórum, os vereadores de Santo André começaram a bater a cabeça diante da má repercussão do episódio. Na ocasião, o plenário não contabilizou o mínimo exigido pelo regimento interno de sete parlamentares para abrir os trabalhos. Com o cenário, não faltaram propostas para mudar o panorama no Legislativo andreense, como, por exemplo, o desconto em folha de pagamento para ausências sem justificativa.

O vereador Tiago Nogueira (PT) disse que é favorável ao abatimento nos vencimentos em caso de falta sem aviso prévio. "Os direitos e deveres deveriam ser como de outro qualquer trabalhador." Os parlamentares de Santo André recebem mensalmente R$ 9.300. A partir de 2013, com a aprovação no Congresso Nacional de reajuste em 61% nos vencimentos, o salário passará a ser de R$ 15 mil.

Com a previsão orçamentária de R$ 43 milhões para 2011 na Câmara, em média, cada sessão custa R$ 470 mil, considerando que são cerca de 80 sessões no ano. O petista sustentou que quem dita o andamento da Casa é o presidente, José de Araújo (PMDB). "Ele é quem tem de liderar os trabalhos. O Legislativo está em momento de frouxidão, de indisciplina. Ninguém confia no horário e nem leva a sério." O ex-presidente vereador Sargento Juliano (PMDB) não quis entrar no mérito da liderança do correligionário à frente da Câmara e evitou comentar o assunto. "Seria falta de ética me envolver no tema. Ele (Araújo) como presidente vai ter de resolver a situação."

Quando questionado sobre a proposta de desconto no pagamento, Juliano ficou revoltado. O peemedebista ressaltou que quem propõe sugestão deste gênero só pode ser ignorante. "Só um monte de verdadeiros burros que pode pensar nisso, que não sabe o que está falando. Apenas em Santo André isso acontece. Tem vereador que precisa aprender muito." O ex-presidente defendeu que a cidade é a única no Grande ABC a conter duas sessões. "Há município maior do que o nosso (São Bernardo) com uma sessão apenas e ninguém comenta nada."

O líder do governo, vereador Donizeti Pereira (PV), por sua vez, analisou que não adianta a presença física sendo que as sessões estão altamente improdutivas. "Vejo que muitas vezes é um desperdício de dinheiro público diversas sessões. Seria interessante fazer o custo-benefício."

Nenhum dos três compareceu à sessão de terça-feira. Nos bastidores, comenta-se que o baixo nível do Legislativo tem desmotivado a presença de alguns vereadores.




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