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Isolamento volta a cair no Grande ABC

Apesar de ainda ser maior do que em todo o Estado, percentual de pessoas que deixaram de circular na região está longe da meta de 70%

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
16/04/2020 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


Após ter o engajamento da população ao isolamento físico no domingo de Páscoa elogiado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o Grande ABC voltou a apresentar aumento na circulação de pessoas na segunda e na terça-feira desta semana. O índice da região – que não considera apenas Rio Grande da Serra, que tem menos de 70 mil habitantes – ficou em 52% nos dois primeiros dias úteis desta semana. No domingo, havia ficado em 61%. A meta do governo do Estado é que 70% das pessoas deixem de circular.

O isolamento físico tem sido apontado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Ministério da Saúde como a maneira mais eficaz de se conter a pandemia da Covid-19 e evitar que um grande número de pessoas fique doente ao mesmo tempo, sobrecarregando os sistemas público e privado de saúde. No Grande ABC, 70% dos leitos que as prefeituras e o Estado destinaram para tratar pessoas infectadas pelo novo coronavírus já estão ocupados (leia mais na página 1).

Durante coletiva de imprensa realizada ontem, Doria lembrou que a quarentena vai até o dia 22 de abril e que até lá o governo vai continuar insistindo para que as pessoas fiquem em casa e está avaliando novas medidas que podem ser anunciadas na quarta-feira da próxima semana. “Amanhã (hoje) vamos informar os municípios de São Paulo que estão tendo ações exemplares, por parte dos prefeitos e da população, atingindo uma média superior a 50%”, comentou.

Coordenador do comitê de combate ao novo coronavírus do Estado e reitor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), David Uip afirmou que entre os países que não adotaram o isolamento total, o Brasil é um dos únicos a atingir taxas de confinamento de 50%. “Entendo que as medidas do Estado de São Paulo, neste momento, são efetivas. O que precisamos é, cada vez mais, convencer as pessoas a aderirem a estas medidas”, concluiu.

Coordenador da comissão de infecção hospitalar do Hospital Pedro Ernesto, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Marcos Junqueira de Lago, destacou que o isolamento físico não é o que vai acabar com a pandemia da Covid-19, mas é o que vai permitir que o número de pessoas contaminadas seja diluído ao longo do tempo e que todos possam receber os cuidados médicos necessários. “O que a gente imagina é que quando 60% das pessoas já tiverem tido contato com vírus, tendo sintomas ou não da doença, haja um controle da pandemia. Mas isso não pode ocorrer de uma vez, não sabemos em quanto tempo deve acontecer, mas sabemos que precisa ser aos poucos”, finalizou o especialista.  




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