Política Titulo E agora?
Políticos da região se dividem sobre adiamento das eleições

Ainda de forma preliminar, Congresso inicia discussão sobre eventual mudança no pleito municipal

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
22/03/2020 | 07:00
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Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil


 As incertezas provocadas em torno do período de proliferação do novo coronavírus no País – e o tamanho de suas consequências – têm fomentado no Congresso Nacional, ainda de forma preliminar, debate sobre eventual adiamento das eleições municipais de outubro. No Grande ABC, políticos ouvidos pelo Diário se dividiram quanto à possibilidade de dilação da data do pleito.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, considera que o ápice do contágio no Brasil está previsto para acontecer entre os meses de abril e junho, o que causou preocupação na casa de leis. Isso porque o período é bem próximo do prazo de realização das convenções partidárias. Entre os pontos em discussão estaria criar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para unificar a eleição de 2020 com a de 2022. Outra seria transferir a data para dezembro.

O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), avaliou que o momento não é propício para o debate sobre suspensão das eleições. Por outro lado, o tucano reconheceu que, dependendo do tamanho do impacto de transmissão do vírus, o bom andamento do processo eleitoral estaria prejudicado.

“Não é prioridade discutir isso (o possível adiamento das eleições). A prioridade é a questão da preservação das vidas e das medidas que nós, gestores, estamos tomando para proteger as pessoas deste vírus. No entanto, é preocupante, porque é um processo organizado no País e a crise sanitária pode prejudicar os prazos para o andamento do processo”, alegou Paulo Serra.

Os prefeitos de São Bernardo, Orlando Morando, e de São Caetano, José Auricchio Júnior, ambos do PSDB, corroboram com a tese que o atual momento no País não é o de debater o calendário eleitoral. “A prioridade agora são as ações de prevenção ao novo coronavírus e as medidas que ajudarão a cidade a minimizar tragédias”, sustentou Morando. Auricchio declarou que debater eleições nesta ocasião é “irresponsabilidade, oportunismo e um desrespeito ao cidadão brasileiro.”

Já para o deputado federal – com domicílio eleitoral em São Bernardo – Alex Manente (Cidadania), que admite já ter tratado, anteriormente, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para apresentar projeto de lei unificando as eleições, o pleito deveria, de fato, passar para 2022. “Isso deixaria a eleição mais barata, uma vez que gastaríamos dinheiro apenas de quatro em quatro anos e também já poderíamos utilizar o fundo eleitoral de R$ 3 bilhões no combate ao novo coronavírus.”

Prefeito de São Bernardo em duas oportunidades, Luiz Marinho (PT) alegou que o debate ainda “é muito prematuro” e que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) terá autonomia para conduzir a questão. “Acredito que poderemos analisar melhor o contexto disso em maio. Caso ainda queiram (na ocasião) suspender as eleições para 2022 será um golpe na democracia”, afirmou.

Ex-vereador e pré-candidato à Prefeitura de Santo André, Ailton Lima (PSB) ponderou que não há motivo para pânico e, colocando-se contrário à ideia, disse que quem antecipar essa discussão “está agindo de forma cruel e cretina.”




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