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Vizinhos dão exemplo de solidariedade nos condomínios

Pessoas se oferecem para fazer compras e evitar contágio nos moradores mais velhos

Milene Tavares
Especial para o Diário
21/03/2020 | 00:01
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 A recomendação em meio à pandemia é o isolamento social, principalmente às pessoas que fazem parte do grupo de risco, como os idosos, o que dificulta as ações do dia a dia, como ir a farmácias, padarias e mercados. Pensando nisso, em prédios e condomínios da região surgiram comunicados de moradores dispostos a ajudar, colados nos elevadores, áreas de acesso e também enviados nos grupos de WhatsApp.

Alexandre Miranda Verginio, 38 anos, revisor de veículos, é um deles. O morador do Condomínio Conquista, localizado no bairro Homero Thon, em Santo André, se sensibilizou ao sair nas ruas e perceber a mudança. “Moro em frente a alguns comércios e estou reparando que ficaram bem vazios. Outro dia vi uma senhora andando com máscara improvisada e aquilo me comoveu. Na sequência, vi postagem na internet e veio a ideia de fazer o comunicado e colocar na área comum, de fácil acesso a todos, no condomínio em que moro”, explicou. Ele deixou espaço no comunicado, para que outras pessoas dispostas a ajudar coloquem o contato. Os vizinhos elogiaram a ação. Apesar de não ter recebido nenhuma ligação, Alexandre continua disposto a ajudar, pois acredita que, além da satisfação, consegue evitar a contaminação em massa, principalmente de quem faz parte do grupo de risco.

Em quarentena, com os dois filhos, Renata Lentini, 40, engenheira de vendas, mas desempregada, começou a pensar em coisas que poderia fazer quando teve a ideia de ajudar idosos que moram no mesmo condomínio, Mobilitá Patriani, no bairro Santa Teresinha, em Santo André. “Tenho carro, disponibilidade de tempo com o desemprego. Daí mandei a mensagem no grupo do condomínio para ver se eu poderia ajudar alguém. Infelizmente ninguém aceitou ainda, mas o que vale é a intenção, quero fazer para os outros o que gostaria que fizessem para meus pais e avós”, a engenheira foi parabenizada e conta com a ajuda de outros vizinhos que se disponibilizaram.

Sempre que Renata vai ao supermercado, manda mensagem no grupo caso alguém precise de alguma coisa, lembrando sempre de tomar os devidos cuidados de higienização antes e depois de sair.
A moça se mostra grata com a ajuda e fica feliz em ver a sociedade se ajudando. “Sem dúvida a ajuda mútua sempre nos fortalece como sociedade, né? É a empatia em ação!”

De forma um pouco diferente, Jaqueline Gomes Urso Passarela, 32, formada em física, residente de São Caetano, fez publicação em seu Facebook e pediu para que as pessoas compartilhassem sugerindo ir ao mercado uma vez por semana para idosos com mais de 60 anos. “Pensei que nós que não somos do grupo de risco poderíamos ajudá-los, tirando eles das ruas e ajudando com o básico, que muitas vezes até a família deixa de ajudar. A situação é séria, todos um dia ficaremos idosos e temos de ter empatia desde já. Amor ao próximo”, explicou Jaqueline.

Condomínios ganham mais dias de limpeza e novas regras
A rotina dos prédios mudou desde o início da pandemia. Segundo o diretor executivo da BAP Administração de Bens, Rogério Quintanilha, agora os prédios tomam mais cuidado com a limpeza, higienização dos elevadores e corrimãos, além de reduzir o acesso as áreas comuns e adiar reuniões e assembleias. A Cipa, uma das maiores administradoras de condomínios do País, emitiu nota que orienta básicas de limpeza e acrescenta que áreas comuns, corredores e elevadores sejam utilizados individualmente para diminuir a possibilidade de disseminação da Covid- 19. A empresa conta com outras medidas para a prevenção, “Grande parte de nossos colaboradores fará home office e os demais farão rodízio de dias e horários, mas o atendimento on-line estará 100% disponível para todos os clientes”, disse o diretor Claudio Affonso.




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