Não sobrou trabalho. Foram 12 toneladas de serragem cuidadosamente espalhadas ao longo de 784 metros. A montagem tradicional de tapete no Corpus Christi começou cedo na Paróquia São José, em Ribeirão Pires. O evento na paróquia, um dos mais tradicionais da região, começou às 7h. Um batalhão de fiéis se organizou em frente à igreja. A maratona só terminou perto do almoço, por volta das 12h. O esforço, que se repetiu em diversas paróquias do Grande ABC, deixou mais colorida as procissões dos fiéis. As comemorações terminaram à noite, às 19h, com uma missa na Catedral do Carmo, em Santo André, celebrada pelo bispo Dom Nelson Westrupp.

Segundo o padre Jordélio Siles Ledo, da paróquia Sagrada Família, em São Caetano, o Corpus Christi nasceu na igreja nos primeiros séculos e foi incluída no calendário do Vaticano pelo papa Urbano IV, como uma estratégia da igreja para aumentar o número de fiéis. “Comemoramos a comunhão eucarística, que nada mais é do que a vida em comunidade. A confecção dos tapetes é onde esse ensinamento é posto em prática. Todos trabalham juntos, de forma solidária, um ajudando o outro”, diz.

Mas quando o trabalho começa, cada paróquia acrescenta seu toque especial aos tapetes. Em São Caetano, a serragem ganhou arranjos de flores. Em Santo André, na paróquia São Camilo de Lellis, a serragem foi substituída por recortes de pano.