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Projeto que prevê câmeras em creches gera polêmica em Diadema

Pais de estudantes e sindicato são contra instalação de itens em salas de aula

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
04/06/2019 | 07:00
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Denis Maciel


 Projeto de lei que foi sancionado em 23 de maio e prevê a colocação de câmeras de videomonitoramento em creches municipais de Diadema causou polêmica na cidade. A propositura, de autoria do vereador Jeocaz Coelho Machado, o Boquinha (PPS), determina que os equipamentos sejam instalados na entrada, nos pátios de convivência comum e no interior das salas de aula. O Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) se posicionou contrário, alegando que os alunos seriam expostos.

Familiares das crianças também se alarmaram. A operadora de cobrança Leila Munhoz, 24 anos, que tem filho de 1 ano na rede municipal, condenou a iniciativa. “Não seria bom, pois pode tirar a privacidade das crianças, além da exposição”, opinou. 

Professor aposentado da cidade e avó de crianças que frequentam as creches, João Paulo de Oliveira, 66, ponderou sobre os riscos de se ter câmeras em salas de aula. “Com o avanço das tecnologias, qual o tamanho do risco de imagens de crianças sendo trocadas em berçários irem parar nas mãos de pedófilos”, questionou.

De acordo com o presidente do sindicato, José Aparecido da Silva, o Neno, a preocupação é quem terá acesso às imagens, uma vez que, em se tratando de creches, as crianças são trocadas pelos professores nas salas. “A gente entende que faltou diálogo com os profissionais e também mais atenção dos vereadores para debater a lei”, declarou.

O sindicalista afirmou que logo que o sindicato soube da sanção da lei, procurou o vereador, que prontamente se comprometeu a alterar o texto. “A gente entende que houve boa intenção, para garantir a segurança, mas da forma como foi aprovado não é adequado”, justificou.

O parlamentar confirmou que já protocolou projeto que altera a lei e determina que é a direção e o conselho escolar que vão decidir os locais onde as câmeras serão instaladas. “Procuramos dar mais segurança para a escolas, nunca vigiar professores ou expor os alunos”, esclareceu. 

Questionada, a Prefeitura informou que está trabalhando em processo de contratação para itens de videomonitoramento dos próprios da saúde, educação e assistência social. “Porém, não há previsão de instalação de câmeras de segurança nas salas de aula. O termo de referência prevê instalação nas áreas comuns, pátios de convivência e entradas”, relatou em nota, sem, no entanto, comentar a lei sancionada.




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